Um ex-funcionário da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) prestou depoimento à polícia somando mais uma acusação à lista de crimes atribuídos ao pastor Marcos Pereira, preso na última terça feira (07). O ex-funcionário da igreja afirmou à Polícia Civil que um grupo liderado pelo pastor articulou a morte do secretário do governo do Rio, Astério Pereira dos Santos, visto que ele impedia a entrada do líder da ADUD em presídios de Bangu.
O ex-funcionário que levou essas informações à Delegacia Especial de Combate às Drogas (DCOD) foi também o responsável por acusar o pastor de ordenar rebeliões e ataques para amedrontar a população do Rio.
A motivação do crime contra Astério teria sido porque ele que suspeitava do envolvimento do pastor com bandidos, e proibiu sua entrada nos presídios de Bangu, temendo que através do religioso saíssem do presídio mensagens para traficantes soltos. Marcos Pereira, como relata a testemunha, tinha “livre acesso com telefones celulares e câmera filmadoras” a presídios e delegacias, exceto aos presídios de Bangu.
De acordo com a revista Veja, o pastor passou cerca de quatro anos proibido de fazer suas pregações em Bangu, até que, por intermédio do grupo AfroReggae, que já atuou em parceria com o Pereira, o acesso ao sistema penitenciário foi liberado. A intervenção da ONG teria sido o que fez o pastor abortar o plano do assassinato, segundo o depoimento.
Segundo a polícia, a testemunha conta que participou de uma reunião entre Marcos, Silvana Santos da Silva – irmã do traficante Marcinho VP e braço-direito do pastor – e outros membros da ADUD em que grupo planejava a morte de Astério.
A testemunha explicou que os planos para o assassinato contariam com a participação policiais que trabalhavam com o então secretário de Administração Penitenciária, que “entregariam toda a rotina (do secretário) e seriam muito bem pagos para matá-lo”. O ex-funcionário da ADUD disse também que durante a reunião o comentário era de “Astério impossibilitava Marcos de entrar em contato direto com os traficantes presos” e que, por isso, “o pastor deixava de tratar de assuntos importantes, como os “toques” (repasse de mensagens entre traficantes presos e o restante da quadrilha).
Por Dan Martins, para o Gospel+