Autoridades da China prenderam um pregador após ele ter comprado livros cristãos pela internet. O Partido Comunista da China (PCCh) vem fazendo uma verdadeira guerra contra a literatura religiosa no país.
A notícia da prisão do pregador Chen Lijun foi veiculada pela organização Bitter Winter, que monitora o cerceamento à liberdade religiosa na China. Ele foi detido em agosto, na cidade de Luoyang, na província de Henan.
Lijun está sendo mantido preso e sua família passa por dificuldades financeiras, já que sua esposa, Li Xiaoyan, tem um salário equivalente a R$ 1.500 para sustentar a família, além de custear seu tratamento de saúde.
De acordo com informações do Bitter Winter, Li Xiaoyan fez um apelo à algumas igrejas domésticas na China sobre a situação de seu marido e sua família.
O pregador Chen Liju está entre um grande número de pastores e líderes de igrejas domésticas detidos na China, como resultado da intensa repressão do PCCh contra o cristianismo.
Um dos casos é o do pastor Yang Jianxin, também da província de Henan, que no mês passado foi sentenciado a 5 anos e meio de prisão, após ser acusado de imprimir exemplares da Bíblia sem autorização.
O PCCh entende que controlar a distribuição de literatura cristã é uma forma de reprimir as atividades das igrejas domésticas, que se mantém independentes e se recusam a ingressar na Igreja das Três Autonomias, uma denominação controlada pelo governo, com doutrina e liturgia que engrandece o comunismo.
‘Dias piores’
Atualmente, a China ocupa o 17º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, elaborada pela Missão Portas Abertas dos EUA.
A previsão é que a situação se torne ainda pior com a reeleição do presidente Xi Jinping para um inédito terceiro mandato seguido. O governo, que já tem características de ditadura por conta do sistema político com um partido único, tende a se tornar ainda mais absolutista com a extensão dos poderes concedidos ao presidente.
Líderes cristãos no país afirmaram que essa “reeleição trará consequências catastróficas à Igreja”, que vem enfrentando severa perseguição ao longo dos últimos anos.
“As autoridades escolhidas já declararam o interesse em aumentar o controle e a pressão sobre as minorias religiosas”, afirmou um especialista ouvido pela Portas Abertas, explicando que na ótica do PCCh, os cristãos são vistos como ameaças à unidade nacional.
“Ele é o agressor mais ambicioso da história. O Partido Comunista acaba de lhe dar um poder quase ilimitado. Ele não vai parar até que seja parado. Sim, devemos nos preocupar. Xi Jinping acredita que o Partido Comunista deve ter controle absoluto sobre a sociedade e que ele deve ter controle absoluto sobre o Partido. Ele não vai parar até atingir os dois objetivos”, alertou Gordon Chang, analista da ONG Gatestone Institute.
Nesse contexto, alguns pastores sentem medo e outros têm encorajado as congregações a manterem os olhos em Cristo e a confiarem na soberania de Deus. Simultaneamente, os cristãos no Ocidente precisam ser informados sobre a realidade na China e dedicarem orações a Deus para que os irmãos da Igreja Perseguida no país perseverem na tribulação.