A Coreia do Norte é atualmente o país mais fechado do mundo, em todos os aspectos, político, cultural e consequentemente religioso. Não por acaso ocupa a posição número um na lista de perseguição mundial da organização Portas Abertas, divulgada no ano passado.
Assim, conhecer o que realmente se passa na Coreia do Norte só é possível através do testemunho dos milhares de desertores que já conseguiram escapar do país. Eles fornecem relatos precisos, por exemplo, de como são perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo.
Esse é o caso de Kwak Jeong-ae, uma líder cristã que atualmente vive em Seul, capital da Coreia do Sul. Ela contou seu testemunho, segundo informações da Associated Press, dizendo o que passou e o que viu durante o período em que esteve presa, antes de desertar.
Assim como ela, a Unification Strategy Institution, uma organização de pesquisa que atua em Seul, já colheu relatos de mais de 1.000 desertores da Coreia do Norte nos últimos 20 anos, revelando o quanto é difícil a vida dos que vivem sob o controle do regime comunista.
Durante um interrogatório em 2004, Jeong disse ter visto uma colega prisioneira afirmar sua fé para um dos soldados comunistas, sem esconder informações pessoais, como de costume.
“Ela insistiu em dizer: ‘Meu nome é Hyun Sarah. É o nome que Deus e minha igreja deram a mim’”, disse Jeong, segundo o jornal The New York Times. “Ela disse [aos interrogadores]: ‘Sou uma filha de Deus e não tenho medo de morrer. Então, se você quiser me matar, vá em frente e me mate’”.
Atualmente existem cinco igrejas “legalizadas” na Coreia do Norte. Todavia, estudiosos do regime existente no país afirmam que elas são apenas de fachada, pois servem para propaganda do governo e captar recursos estrangeiros sob a falsa aparência de tolerância à religiosidade.
“De uma perspectiva externa, não há absolutamente nenhuma liberdade religiosa na Coreia do Norte”, confirmou Kim Yun Tae, presidente da Unification Strategy Institution, uma organização que não é de confissão religiosa.
Assim, até hoje a comunidade cristã que vive na Coreia do Corte precisa vivenciar sua fé de modo sigiloso, realizando cultos em secreto e tomando o máximo de cautela ao compartilhá-la com os próprios familiares, precisando muito das orações e o apoio da Igreja ao redor do mundo.