O deputado federal Cabo Daciolo (PSOL-RJ) foi suspenso pelo partido por ir contra a recomendação de seus colegas e reapresentar o projeto de lei para alterar o texto em que a Constituição diz que o poder “emana do povo” e passar a dizer que vem de Deus.
Nesse cenário, correndo risco de expulsão, Daciolo tem sido sondado pelo pastor Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), seu colega de bancada evangélica e aliado do pastor Silas Malafaia, segundo o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja.
“Cabo Daciolo, o deputado suspenso pelo PSOL por apresentar uma proposta para mudar a Constituição e dizer que o poder emana de Deus e não do povo, está unha e carne com Sóstenes Cavalcante, o afilhado de Silas Malafaia na Câmara dos Deputados. Ontem, quando os deputados se despediam do feriado de Páscoa, Daciolo passou por Sóstenes e agradeceu pelo apoio. Ouviu do irmão de fé o incentivo: ‘Vai pra cima do PSOL. Não deixa barato’”, narrou Jardim.
A ideia de Sóstenes seria atrair Daciolo para seu partido logo após o colega conseguir, através da Justiça Eleitoral, a liberação para manter o mandato mesmo trocando de legenda, o que só é permitido caso seja comprovado que houve perseguição por parte do PSOL.
De acordo com Lauro Jardim, Sóstenes Cavalcante apresentou a Daciolo “um advogado para orientá-lo juridicamente a como conduzir sua saída do PSOL”, e assim, não cometer erros que o levem a perder seu mandato: “A estratégia é importante para que, aos olhos da Justiça Eleitoral, o bombeiro possa dizer que foi perseguido pelo partido e não corra o risco de perder o mandato ao deixar a legenda. Sóstenes, que já o convidou a ingressar no PSD, aconselhou Daciolo a insistir em suas diferenças religiosas com os demais integrantes do PSOL, o que pode levá-lo a dizer que se trata de perseguição à liberdade religiosa”, concluiu o jornalista.