O pastor norte americano Rob Bell ficou conhecido no mundo inteiro por seu discurso moderno e por publicar best-sellers como “Velvet Elvis” and “Sex God”. Sua explosão de popularidade o ajudou a construir uma igreja com mais de 10.000 fiéis, e o fez ser visto por muitos com o status de pop-star.
Porém, após a publicação de seu polêmico livro “Love Wins” (“Amor Vence”), em 2011, ele passou a ser apontado por muitos cristãos como um herege por questionar se o inferno seria mesmo um lugar de tormento como muitas religiões afirmam.
Em uma matéria publicada recentemente, o site Christian Headlines traçou um pequeno panorama sobre a “ascensão e queda” de Bell, frisando especialmente a crescente aproximação do pastor com a apresentadora de TV Oprah Winfrey.
Rob Bell era antes visto como o “próximo Billy Graham”, e atualmente nem mesmo está frequentando formalmente uma igreja. O texto destaca que, em vez disso, ele surfa as ondas perto de Hollywood e fez uma parceria com a “deusa da teologia pop”, Oprah Winfrey. Segundo o Christian Headlines, em alguns círculos evangélicos, a parceria do pastor com a apresentadora de TV pode ser visto como seu maior pecado.
Após a polêmica causada por suas afirmações sobre o inferno em “Love Wins”, o pastor desapareceu aos olhos do seu, então cativo, público, e se dirigiu para a Califórnia para trabalhar em seus projetos na TV.
– Eu acho que uma maneira interessante para pensar sobre Bell e Oprah aqui é observar a facilidade com que ela o incorpora em seu panteão de conselheiros espirituais. Ela permanece, como sempre, a divindade corporativa determinante – analisou Kathryn Lofton, professor de estudos religiosos na Universidade de Yale e autor de “Oprah: The Gospel of an Icon” (“Oprah: O Evangelho de um Ícone”, em tradução livre).
Mas, apesar das inúmeras críticas e análises sobre sua religiosidade, Rob Bell não se mostra preocupado com as diversas opiniões sobre sua fé, e afirma que nunca passou sequer um minuto pensando se estava “dentro ou fora” da igreja enquanto instituição organizada.
– Temos um grupo, e estamos caminhando juntos. Não há nenhum edifício. Estamos “igrejando” o tempo todo. [A Igreja] é mais como um verbo para nós – afirmou Bell, sobre sua atual posição em relação à vida em uma comunidade cristã.
Porém, mesmo afastado de uma congregação organizada, ele destaca a importância dessas organizações na vida do cristão, e se apresenta como um “fã” da igreja.
– As igrejas podem ser lugares que ajudam as pessoas a crescer e ajudam as pessoas a se conectar com os outros e ajudar as pessoas a se conectar com as grandes questões do nosso tempo – destaca.
Porém, ele ressalta que esses mesmos lugares podem se tornar perigosos para a saúde espiritual daqueles que se apoiam neles.
– Elas (as igrejas) também podem ser tóxicos, buracos negros de desespero. Meu pensamento é: depende de onde você está em sua vida. Uma das coisas mais extraordinárias que eu fiz desde que saí da Mars Hill foi estar com as pessoas e me envolver com pessoas que nunca pisaram em uma igreja – destacou.
Rob Bell falou também sobre os constantes questionamentos a respeito da religiosidade de Oprah Winfrey, sobretudo pela opinião defendida por muitos evangélicos de que ela representa o que muitos veem como a pior de “espiritualidade de autoajuda”.
– Se ela é uma cristã? Essa palavra tem tanta bagagem, eu não gostaria de responder por alguém – afirma, destacando que, independente de rótulos, ela o ensinou muito sobre o que é ser cristão.
– Ela me ensinou muito sobre o que Jesus tem para todos nós, e sobre que tipo de vida Jesus quer que vivamos, mais do que quase ninguém na minha vida – completou.