De tempos em tempos, algumas inovações em igrejas evangélicas não agradam os fiéis e líderes mais tradicionais, e polêmicas se instalam em torno de discussões sobre a aparência do templo ou móveis acessórios, como o púlpito.
Durante um sermão, o pastor José Orisvaldo, presidente das Assembleias de Deus em Alagoas, expressou sua insatisfação com essa tendência presente em muitas igrejas, que apelam para o uso do tambor como um item de decoração contemporânea, como no caso das igrejas que usam paredes pretas.
“Em muitas igrejas tiraram o púlpito. Tiraram esse móvel chamado púlpito. Em algumas já tem até um tonel, um barril. Já ouviram falar que tem igreja que tem um tonel, um barril? Aquilo ali é uma zombaria do inimigo das nossas almas, porque segundo os que entendem de química, o barril […] não tem mais utilidade. Não se pode guardar feijão, não se pode guardar milho, não se pode guardar trigo, porque ele está contaminado. O máximo é colocar lixo. Tonel não é lugar de botar Bíblia. Tambor é lugar de colocar lixo”, opinou o pastor Orisvaldo.
Em seguida, o pastor ponderou que sua motivação é preservar a tradição assembleiana: “Eu estou falando na Assembleia de Deus. Se alguém está me ouvindo, e tem outra opinião, por favor, eu estou falando para a Assembleia de Deus. Nós nunca colocaremos um tambor, porque tambor não é lugar da Palavra, tambor é lugar de lixo”.
“Aqui é o púlpito, de onde Deus fala com a Sua Igreja. João Calvino dizia que o púlpito é o trono de onde Deus fala com a Sua Igreja. Está vendo esse móvel aqui? Esse móvel é o trono de onde Deus fala. Louvado seja o nome do Senhor para sempre!”, acrescentou o pastor.
Uma das principais características dos pentecostais clássicos é o zelo e a reverência, e nesse contexto, o pastor Orisvaldo contextualizou sua preocupação: “Aqui não é lugar de bate-papo, aqui não é lugar de podcast, aqui é lugar de anunciar, de fazer o kerigma, de anunciar a santa e gloriosa Palavra de Deus para a Igreja. Você pode dizer amém em nome de Jesus? Tem coisas sutis que parecem que não são nada, que parecem tolice, mas são gravíssimas, que têm uma mensagem oculta, que tem algo por trás, que tem uma mensagem maligna por trás”.
Sermões
Aproveitando o momento, o pastor também demonstrou estar alerta com a falta de conteúdo que se nota em muitas pregações nas igrejas: “Jesus ensinava e pregava. Pregue a Palavra. Paulo disse ‘prega a Palavra’. Pegue o texto. Os melhores sermões é o sermão textual. É você pegar o texto e dissecar aquele texto pedaço por pedaço para a Igreja. Pregar a Palavra. Paulo não disse ‘prega sobre a Palavra’; Paulo disse ‘prega a Palavra’. Tem gente que não prega a Palavra. Ele prega sobre a Palavra de Deus”.
“O padre Antônio Vieira, o maior orador sacro do Brasil colônia. Ele não era evangélico, mas a gente tem que dar a mão à palmatória. Os sermões dele são lindíssimos. Tem doutrina que nós não concordamos, mas são sermões clássicos e tem muita coisa útil. E ele dizia que Jonas pregou 40 dias a mesma mensagem. E tem pregador que em 40 minutos prega 40 mensagens”, finalizou.
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