O ex-presidente Lula (PT), condenado a 9 anos e seis meses de prisão, vem percorrendo o Brasil em uma espécie de campanha aberta à eleição presidencial de 2018, e afirmou durante um discurso em Brasília que deve ser respeitado como se fosse o próprio satanás.
“Eu não tenho cara de demônio, mas quero que me respeitem como se eu fosse”, afirmou o ex-presidente, fazendo referência ao fato de que, nos anos 1980, o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechava as portas quando haviam manifestações petistas na região.
“Eles sabem que, comigo, a economia brasileira não vai ficar mais subordinada ao rentismo”, acrescentou, fazendo crítica ao mercado financeiro, que estaria começando a se agradar do discurso adotado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-SP) no que se refere às diretrizes econômicas que pretende adotar se for eleito presidente da República.
“Se o Bolsonaro agrada ao mercado, nós do PT temos de desagradar ao mercado”, provocou Lula, que estava acompanhado de Fernando Haddad – ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, responsável pelo “kit gay” – um dos cotados para ser o plano B do PT na eleição de 2018 caso o ex-presidente esteja preso ou condenado em segunda instância.
Lula também reconheceu que sua situação não é das melhores, em relação à Justiça: “Eu sei que eu estou lascado. Todo dia tem um processo. Não quero nem que o [juiz Sérgio] Moro me absolva, só quero que peça desculpas”, declarou, enquanto era ovacionado pelos militantes petistas.
“Eles agem todo santo dia para me tirar da disputa. Obviamente que eles podem. Juntam meia dúzia de juiz e votam. Não me deixam ser candidato e pronto. Se eles acham que, me tirando da disputa, está resolvido o problema deles, façam e vamos ver o que acontece no País. Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem”, ameaçou, de acordo com informações da revista Veja.