Um novo ataque de intolerância religiosa e social culminou no assassinato de 18 cristãos na cidade de Kaduna, na Nigéria. O país vem atravessando uma onda de violência em decorrência do radicalismo promovido por grupos como o Fulani, composto em sua maioria por muçulmanos locais.
Além dos mortos, os extremistas também queimaram 92 casas e destruíram veículos. Foram 11 cristãos assassinados na vila de Ungwan Rimi, seis na vila de Ungwan Magaji e um na vila de Kitakum.
“É lamentável que esses ataques tenham continuado sem fim. Levanta-te, ó Senhor, e dispersa os teus inimigos!”, disse Barnabas Barazan, um morador local, à agência de vigilância religiosa Morning Star News.
Outro morador local afirmou que apesar das tentativas de boa convivência, o radicalismo islâmico tem feito novas vítimas. Os casos de perseguição ocorrem principalmente nas regiões mais afastadas, em zonas agrícolas, onde os fulani atacam propriedades cristãs.
“Ataques às nossas comunidades cristãs realizados por pastores armados e terroristas continuaram a nos afetar. Oramos a Deus que nos conforte a todos neste momento de dor”, explicou Yohanna Chawai.
Abel Habila Adamu, presidente da Associação de Desenvolvimento Chawai (CDA), confirmou a versão de Chawai, apontando que os esforços pela convivência pacífica com os muçulmanos não têm surtido efeito.
Parte da onda de ataques aos cristãos se deve à conivência das autoridades locais. Segundo a organização missionária Portas Abertas, que lista a Nigéria na 7ª posição em seu ranking mundial dos 50 países mais difíceis para os cristãos viverem, o governo nigeriano tem deixado muito a desejar no combate à perseguição.
Entre as fontes de perseguição aos cristãos na Nigéria, a Portas Abertas cita os “oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos” e outros, como “partidos políticos, redes criminosas, organizações multilaterais, grupos paramilitares.”
“Os cidadãos do estado de Kaduna estão cansados das respostas retóricas do governo sem ações concretas tomadas para proteger vidas e propriedades. Assim, queremos ouvir e ver os assassinos e sequestradores presos”, desabafou o pastor John Joseph, presidente estadual da Associação Cristã da Nigéria em Kaduna.