A perseguição religiosa aos cristãos que vivem na África vem ganhando novos contornos, após um grupo ligado ao radicalismo islâmico culpar os cristãos que vivem na Somália pela existência da Covid-19 no país.
Se trata de uma acusação preconceituosa, mas que tem como motivação essencial a intolerância religiosa contra o seguidores de Jesus Cristo, os quais já são perseguidos pelo fato de não concordarem com a doutrina islâmica.
“Mensagens assim são muito aterradoras para o corpo de Cristo na Somália, que consiste em um punhado de cristãos que são forçados a praticar a fé em absoluto sigilo”, explicou Jo Newhouse, porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana.
O porta-voz da Portas Abertas destacou que os cristãos já vivem sob o risco de serem acusados criminalmente, por exemplo, por supostas blasfêmias contra o islamismo, especialmente contra a sua maior figura, Maomé, de modo que atribuir culpa aos seguidores de Cristo pela disseminação da Covid-19 é mais um agravante no quadro de intolerância religiosa do país.
“Eles são constantemente espionados em busca de sinais de apostolado do islã”, disse Jo ao se referir aos cristãos acusados falsamente de apostasia ou blasfêmia contra o islã, segundo o JM Notícia.
“O castigo geralmente é a morte. Essas mentiras só podem adicionar complexidade a circunstâncias já difíceis”, destacou.
Acusações dessa natureza contra os cristãos que vivem na Somália não são por acaso. O país ainda ocupa a 3ª posição na lista mundial de perseguição religiosa elaborada todos os anos pela organização Portas Abertas.
“A pressão sobre os cristãos permanece no nível extremo e a violência é muito alta”, diz a organização missionária em seu site oficial.
“Os cristãos do país correm o risco de serem mortos por militantes islâmicos e líderes de clãs; anciãos e membros da família monitoram os movimentos de qualquer suspeito de ter se convertido ao cristianismo”.