Um grupo de 300 extremistas muçulmanos paquistaneses atacou uma ala para cristãos em uma escola no norte do país, como retaliação às charges do jornal francês Charlie Hebdo.
Armados com paus e barras de ferro, os muçulmanos invadiram a escola para meninos e agrediram quatro cristãos, que foram socorridos.
De acordo com informações da agência de notícias Fides, o ataque ocorreu na cidade de Bannu, na província de Khyber Pakhtunkhwa. Segundo relatos de testemunhas, os estudantes muçulmanos abriram as portas para que os extremistas invadissem o local e atacassem os cristãos.
“É muito triste que os radicais islâmicos atacam cristãos paquistaneses por causa de Charlie Hebdo. Cristãos condenam as caricaturas blasfemas. É uma pena que mesmo depois de 67 anos desde o nascimento do Paquistão, os cristãos ainda não sejam considerados cidadãos paquistaneses, mas sejam vistos como ‘aliados ocidentais'”, disse Nasir Saeed, diretor da ONG Centro de Assistência Jurídica Assistência e Assentamento.
Segundo o site Christian Post, a escola ficou fechada por pelo menos dois dias como medida de segurança. Estratégias de proteção aos alunos estão sendo revistas, e iniciativas adicionais estão sendo consideradas para protege-los de eventuais novos ataques.
As charges satíricas do semanal francês Charlie Hebdo causaram um ataque de extremistas, que invadiram a sede do jornal e mataram jornalsitas e caricaturistas, em um crime que chocou o planeta. Milhões de pessoas ao redor do mundo se manifestaram em solidariedade às famílias das vítimas e contra o extremismo religioso islâmico, cada vez mais crescente.
No entanto, no mundo árabe e em países onde o islamismo é maioria, os protestos foram contra o Charlie Hebdo por conta do conteúdo considerado blasfemo contra Maomé e a religião muçulmana, que proíbe qualquer tipo de representação do profeta ou Alá. Mesmo no ocidente, muitos internautas se manifestaram em repúdio à insistência do jornal, considerado de humor, em retratar Maomé na primeira edição pós-atentado.