As propostas de reforma política no Brasil são vistas por observadores internacionais como facilitadoras para o crescimento da representação evangélica no Poder Legislativo e o aumento da influência desse setor da sociedade nas decisões, assim como a ascensão de políticos conservadores, como Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
A revista britânica The Economist produziu uma reportagem sobre os possíveis impactos que a reforma política brasileira terá na sociedade. A matéria destaca que a Operação Lava-Jato trouxe à tona a corrupção causada pelo financiamento empresarial de campanha e isso resultou na proibição das doações de Pessoa Jurídica na legislação atual.
Dessa forma, a revista entende que os candidatos com apoio das igrejas evangélicas sairão em vantagem, por ter uma plataforma de divulgação a custo baixíssimo. Ciente desse cenário, outros políticos tentam buscar uma saída para eleições futuras, como as cláusulas de barreira e o fundo de financiamento público.
Entretanto, a The Economist vê a ascensão de políticos conservadores e representantes religiosos como resultado das medidas que proibiram as doações empresariais. A reportagem ouviu Filipe Gruppelli Carvalho, da consultoria Eurásia, que afirmou que “pessoas que já são famosas vão se beneficiar às custas de candidatos que precisam de dinheiro para se promover”.
Para Carvalho, “partidos evangélicos, que já tem uma base leal de apoiadores, também devem sair à frente” nas próximas disputas, e os candidatos que recebam apoio destes grupos, como Jair Bolsonaro, tendem a serem bem-sucedidos.
A revista vai no mesmo caminho de raciocínio: “Em 2018, candidatos à presidência como Jair Bolsonaro, um direitista populista, devem se sair bem”, por causa do crescimento, em termos de engajamento, da parcela conservadora da sociedade, a maioria que silenciava às tentativas de doutrinação social por parte da esquerda, mas que vem reagindo aos excessos.