Em uma ofensiva midiática para conter o avanço da evangelização no Oriente Médio, o grupo terrorista Estado Islâmico dedicou parte da mais recente edição de sua revista, Dabiq, para afirmar que os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são mentirosos, e que Jesus seria um escravo de Alá.
No texto, os extremistas orientam os cristãos a “quebrarem suas cruzes” e se converterem ao islamismo, para evitar serem alvo do grupo.
De acordo com informações do Christian Post, a matéria – intitulada “Break the Cross” (“quebre a cruz”, em tradução do inglês) afirma que Jesus nunca foi crucificado e Paulo era um “judeu traiçoeiro” e “criminoso”, que abandonou a perseguição aos primeiros cristãos para subverter o judaísmo.
A matéria diz ainda que as pessoas no mundo ocidental devem aprender “por que os muçulmanos as odeiam e lutam contra elas; por que os ‘cristãos pagãos’ devem quebrar as suas cruzes; os secularistas liberalistas devem retornar ao fitrah (disposição humana natural) e os ateus céticos deve reconhecer o seu criador e se submeterem a ele”.
O site Breitbart News destacou que no texto, os militantes do Estado Islâmico tentam fazer com que a imposição de suas crenças pareça natural: “Essencialmente, [na matéria] nós explicamos por que eles devem abandonar a sua infidelidade e aceitar o islamismo, a religião da sinceridade e da submissão ao senhor dos céus e da terra”, afirmam os extremistas.
Em várias ocasiões os extremistas apresentam como justificativa de seus atos terroristas o argumento de que suas ações são uma forma de retribuir aquilo que veem como insultos ao islamismo. E a revista repete isso: “Boa parte dos ocidentais, até agora, dizem que ações dos mujahidin – que afirmaram reiteradamente seus objetivos, intenções e motivações – não fazem sentido. A única coisa sem sentido seria se não houvesse violência, retaliação feroz, em primeiro lugar!”, dizem os editores da revista, em uma gravação obtida pelo jornal britânico The Express.