Roberto Brum foi um volante que teve sua passagem de maior destaque no Santos, quando atuou ao lado do trio Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso. E um mal-entendido nessa época colocou o atleta no centro de pesadas críticas do apresentador José Luiz Datena, que em tom de deboche sugeriu que ele fosse se dedicar a ser pastor. E isso realmente aconteceu.
O ex-jogador, que se aposentou aos 33 anos, em 2012, para se dedicar à vocação ministerial, se viu envolto em uma polêmica há dez anos, quando Datena, na Band, o criticou por uma decisão de Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso.
“Se eu sou o Santos Futebol Clube e esse Roberto Brum, por motivos religiosos, não permitiu que os jogadores descessem para encontrar crianças com paralisia cerebral dentro de uma instituição espírita, esse Roberto Brum tinha que ser demitido agora. Se você quer ser líder religioso monta uma igreja, velho!”, disse o apresentador.
A indignação de Datena se referia ao fato de que o Santos, em abril de 2010, havia levado os jogadores do elenco para visitar um projeto social que acolhia pessoas com deficiência mantido por uma entidade espírita. O trio de ataque, então, se recusou a participar e esperou no ônibus, alegando que estariam sendo realizados “rituais religiosos”.
Os demais jogadores participaram da ação normalmente, distribuindo ovos de chocolate por conta da páscoa. Diante da informação que Neymar, Robinho e Ganso não participaram, rapidamente surgiu o boato de que Roberto Brum teria influenciado o trio, já que ele era conhecido por falar abertamente sobre sua fé evangélica.
De acordo com informações do portal Uol, tratava-se de uma falsidade, já que o volante nem no ônibus estava. Ele havia decidido não participar da iniciativa e não foi à sede do projeto social. Ao mesmo tempo, Neymar, Robinho e Ganso disseram a Datena que Roberto Brum nada tinha a ver com a escolha deles.
“Quando foi proposta a ida ao centro espírita a primeira vez, disseram que era bom ir porque ia dar sorte pro time. Por isso eu decidi não ir. Deus não se mete no futebol. Sempre fui contra esse negócio de ir em igreja evangélica para a gente ganhar, ou ir na católica, no centro espírita, na macumba… Eu dizia que Deus não faz diferença entre as pessoas e que tínhamos que trabalhar, treinar para ganhar. Eu era taxado de religioso, de pastor na Vila, mas eu era o menos radical ali”, comentou Roberto Brum.
Agora, uma década depois, ele realmente dirige uma igreja, chamada O Senhor Está Aqui, em Niterói (RJ): “Várias pessoas disseram que eu deveria processá-lo, mas deixei para lá. Ele nunca me ligou para pedir desculpas. Mas tudo bem. Acabou profetizando que eu fundaria a minha igreja, e eu fundei”, resumiu.
Além disso, o ex-jogador usou parte dos recursos que amealhou na carreira de atleta, com passagens por Coritiba, Fluminense e Figueirense, para montar uma escola da franquia Objetivo, realizando o sonho de sua mãe, que é da área de educação. O estabelecimento tem 150 funcionários e quase 700 alunos: “Eu valorizo o professor. Pago uma hora-aula digna. Alguns dos nossos funcionários também são professores universitários e ganham melhor na escola do que na universidade”.