O senador Walter Pinheiro (sem partido-BA) está novamente na mira das críticas do pastor Silas Malafaia, por supostamente ter se licenciado do cargo para assumir uma secretaria no governo estadual da Bahia, gerido pelo PT, para que seu suplente seja empossado e possa votar contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Pinheiro havia oficializado sua saída do PT em março. Ele era considerado um dos petistas mais moderados do Congresso Nacional, e vinha se mantendo em silêncio sobre como votaria quando o processo de impeachment chegasse ao Senado.
“Eu não estou acreditando. Eu fui informado que o senador Walter Pinheiro, que era do PT da Bahia […] aceitou ser secretário do governo da Bahia – que é do PT – para que o suplente dele, de senador [Roberto Muniz (PP-BA)] venha para Brasília para votar contra o impeachment. Quer dizer, Walter Pinheiro, que você está sendo covarde, fujão? Você não saiu do PT?”, questionou Malafaia.
“Eu não sei o que é que tem no DNA desses caras. Eles saem do PT, mas o PT não sai deles. Isso é uma vergonha, Walter. Você é evangélico. Claro que você tem direito de votar a favor ou contra, eu não estou falando disso. Você sair do Senado, aceitar ser secretário [de Educação] do governo do PT na Bahia, para o seu suplente assumir para votar contra o impeachment, é uma vergonha”, acrescentou o pastor.
Malafaia recordou do tempo em que protestou contra Pinheiro por sua decisão de ser contrário ao sepultamento do PL 122/06, que previa censura à liberdade religiosa em nome do combate à homofobia.
“Fica aqui meu protesto e minha decepção, porque não é possível… Poxa, eu tava até dizendo ‘o Walter é um cara que saiu do PT devido a esse escândalo, essa roubalheira, essa bandidagem toda’. Eu até já fiz críticas a você, Walter. Eu falei ‘pô, até que o cara está sendo coerente’. Mas agora… Vai sair do Senado porque não quer votar contra o impeachment? Não quer votar a favor, para o suplente assumir e votar contra? E foi ser secretário do governo do PT na Bahia? Ah, não faça isso não […] Se isso é verdade, o povo evangélico da Bahia não pode votar em Walter Pinheiro jamais”, concluiu.
Assista:
Estratégia antiga
A manobra – que não é inédita – se assemelharia à tramada pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao dar posse ao deputado federal apóstolo Ezequiel Teixeira (PTN-RJ) na Secretaria de Direitos Humanos e assim, abrir espaço para Átila Alexandre (PMDB-RJ), suplente, assumir o mandato e ajudar a reeleger Leonardo Picciani – aliado de Dilma – como líder do partido na Câmara.