Saber perdoar é uma condição indispensável para a vida de um cristão, mesmo nas circunstâncias mais extremas, algo que Frida Gashumba conhece muito bem, pois ela conseguiu abrir mão do ódio contra os seus inimigos, mesmo após ter sido enterrada viva por eles durante o triste Genocídio de Ruanda.
Considerado um dos capítulos mais tristes da história humana, o Genocídio em Ruanda foi marcado pelo conflito étnico-político entre dois povos, os Tutsi e Hutu. Estima-se que cerca de 800 mil pessoas morreram durante o massacre que durou três meses e vitimou ao menos 70% da população Tutsi.
Tudo aconteceu entre 17 de abril e 15 de julho de 1994. Na época, Gashumba tinha apenas 14 anos. Ela e a sua família tentaram escapar do massacre, mas acabaram capturados. A jovem foi obrigada a entrar numa vala, onde ficou soterrada por 14 horas, até ser salva por um amigo.
Lição de perdão
Gashumba precisou de muitos anos para conseguir lidar com os traumas do Genocídio de Ruanda. A sobrevivente, felizmente, encontrou a Jesus aos 18 anos e desde então buscou a Deus para conseguir digerir o ódio gerado contra seus inimigos.
Segundo a emissora God TV, a sobrevivente chegou a ter a oportunidade de entrar na casa de uma das pessoas que assassinaram a sua família. Ao se deparar com o agressor, porém, ela lhes falou de Jesus e o perdoou.
“O perdão é um ato de obediência a Jesus, como filho de Deus. Trata-se de imitar Cristo, que morreu por nós na cruz. É um presente de Deus”, disse ela durante uma entrevista concedida ao pastor Vlad Savchuk, da “Hungry Church”, segundo o Guiame.
A jovem sobrevivente do Genocídio de Ruanda disse que não conseguiria fazer isso por conta própria. “Você não pode perdoar em sua própria força. Então, é preciso ir a Deus e pedir a Ele essa graça, principalmente quando o agressor ainda está por perto”, concluiu.