A liberdade religiosa no Sudão está seriamente ameaçada pelo governo do país, que teria “declarado guerra aos cristãos”, segundo um pastor que foi preso e mantido na cadeia por nove meses após assumir uma igreja na capital Cartum.
A entidade International Christian Concern (ICC, na sigla em inglês), dedicada à vigilância da liberdade religiosa, relatou que o governo sudanês vem demolindo igrejas e prendendo pastores, em uma verdadeira cruzada de perseguição aos cristãos.
Segundo informações do portal Christian Post, o pastor Michael Yat – líder da Igreja Presbiteriana no país – afirmou que quando foi designado para a missão no Sudão não sabia que existe uma guerra, não declarada, em curso contra os cristãos.
“Pouco sabia eu que o Sudão tinha declarado uma guerra contra os cristãos”, disse, antes de explicar que o governo sudanês odeia os cristãos por temer que, aqueles que falam árabe, “possam facilmente chegar aos muçulmanos e conquistá-los para Cristo”.
O Sudão é um país da África Oriental, de maioria muçulmana, e governado pelo presidente Omar al-Bashir, também seguidor do islamismo. A ICC relata que muitos pastores estão detidos e “esquecidos” nas prisões sudanesas, sob a clássica – e falsa – acusação de “ameaça à segurança nacional”.
O reverendo Hassan Abduraheem é um dos que estão presos e se tornou o centro de uma petição online com repercussão global. O Centro Americano de Lei e Justiça (ACLJ) tem trabalhado em sua defesa, com o intuito de reverter a condenação a 12 anos de prisão, motivada por sua fé em Jesus Cristo.
Em fevereiro, quatro cristãos foram presos sob a acusação de vandalizar uma placa que reinvindicava a propriedade, para os muçulmanos, do prédio onde funciona a Escola Evangélica do Sudão.
Além disso, somente no mês passado, a conta de templos demolidos pelo governo chegou a 25, e no caso de cristãos que não são sudaneses, o presidente al-Bashir tem ordenado a deportação. Na lista de piores países do mundo para um cristão viver, elaborada pela Missão Portas Abertas, o Sudão ocupa o quinto posto.