A comunidade cristã na Nigéria não enfrenta apenas os dilemas da vida cotidiana, mas também a perseguição religiosa promovida por grupos islâmicos como o Boko Haram, considerado um dos mais mortíferos do planeta.
Recentemente, o pastor de uma igreja localizada no estado de Yobe, na Nigéria, contou como a sequência de ataques do Boko Haram tem prejudicado o relacionamento dos cristãos no país com suas igrejas.
O reverendo Dogo contou que o aumento da perseguição se deu após às eleições presidenciais de 2011, quando Goodluck Jonathan, um cristão do Norte, venceu o muçulmano Muhammadu Buhari, da região Sul.
“Goodluck Jonathan venceu a eleição e os tumultos pós-eleitorais levaram à queima de não menos de 50 igrejas em Yobe”, explicou Dogo.
Já no ano de 2015, Muhammadu Buhari, da etnia Fulani, assumiu o poder no país. Porém, o clima de rivalidade dos muçulmanos contra os cristãos permaneceu, acirrando o número de ataques contra igrejas cristãs.
“Então, o que eles fazem é atacar pessoas, matar, bombardear e destruir casas ou comunidades ou empresas”, disse Dogo, segundo informações do Christian Post.
“A igreja que eu estava pastoreando a partir de então, que costumava ter cerca de 700 pessoas aos domingos ficou reduzida para 100 ou até menos”, informou o pastor, explicando que a tendência dos membros é escapar para lugares mais seguros, longe dos ataques.
“A igreja que eu estava pastoreando a partir de então, que costumava ter cerca de 700 pessoas aos domingos, ficou reduzida para 100 ou até menos. Eles apenas correm e saem do estado. Eles fugiram para Plateau e para alguma outra parte central do país” acrescentou Dogo.
A intolerância religiosa também se repercute no plano político e judicial. O pasto explicou que a posse de terras aos nigerianos leva em consideração suas origens, local de nascimento e permanência na região, algo que os cristãos sofrem por serem obrigados a fugir do local.
“Dependemos da oração dos irmãos para trazer a paz para que as pessoas voltem à sua terra natal. Na Nigéria, sua cidadania se origina do local de seu nascimento. Se você sair dessa área, não terá nenhuma parte da Nigéria designada para você chamar de sua”, conclui o pastor.