A conversão ao cristianismo não é só uma batalha espiritual, mas também social e cultural. Muitas pessoas enfrentam dificuldades políticas e até familiares, por decidir entregar suas vidas ao Senhor Jesus. Esse é o caso do jovem Shikhar, que após abandonar a idolatria no hinduísmo passou à enfrentar a intolerância religiosa dos seus parentes e conhecidos.
“Quando cheguei a Cristo, eu era o único cristão em minha família. Minha família ficou chocada e disse que tinham feito uma lavagem cerebral em mim. Sofri ameaças e agressões. Meu irmão me procurava na igreja ou onde eu estivesse para me bater e me intimidar. Às vezes ele só me chutava sem qualquer motivo e depois ia embora”, disse ele ao Portas Abertas.
Como se não bastasse, a condição física de Shikhar também ficou muito debilitada após sofrer um acidente de ônibus, onde precisou ficar internado por 20 dias. Ele também possui deficiência física, o que agravou sua condição de dependência dos parentes. Internado, ele contou que os parentes pediram aos cuidadores para deixar de lhe dar comida:
“Eles foram ao hospital e instruíram o pessoal da cozinha para não me darem comida, porque eu havia traído minha fé hindu. Eles disseram que isso me ensinaria uma grande lição. Durante as refeições, a equipe da cozinha me ignorava e dava comida para todos, menos para mim”, declarou.
A motivação de Shikhar está na certeza da sua libertação espiritual em Jesus Cristo. Confrontado quase diariamente, o jovem ex-hindu testemunha contra a intolerância religiosa o seu caráter cristão:
“Alguns meses atrás, enquanto eu estava andando no meu riquixá (ônibus), um aldeão local que era um extremista hindu veio até mim e me disse que se eu continuasse pregando sobre Jesus ele me mataria e me jogaria no rio da aldeia. Não sei o que me deu coragem, mas respondi: ‘Se você acha que o que estou fazendo é um crime, pode me matar por isso. Eu não temo a morte, não vou parar de pregar a Cristo’. Essa pessoa ficou sem palavras”, disse ele.
Shikhar desenvolveu a consciência de que a sua fé é provada no dia-a-dia, especialmente em meio às dificuldades. Ele aprendeu a observar na Bíblia que a história dos patriarcas, do próprio Cristo e seus discípulos, além de doutrina, também são testemunhos de fé que visam nos fortalecer diante das tempestades:
“Eu continuo me lembrando do que aprendo nos ensinos bíblicos, não estou sozinho, há muitos que sofrem por sua fé. Deus está comigo e nunca me arrependerei das minhas crenças. Quanto mais eu for perseguido, mais crescerei na fé e serei fortalecido”, conclui ele, segundo a Portas Abertas.