Recentemente o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, publicou um comunicado para a imprensa internacional afirmando que “a Turquia não tem problemas relacionados a minorias [religiosas]”, querendo transmitir a imagem para o mundo de que o país, reconhecido oficialmente como um Estado islâmico, não faz perseguição religiosa aos cristãos.
Essa publicação, no entanto, foi desmentida por várias lideranças religiosas que vivem na Turquia e fora do país, apesar da repressão. O Comandante Nacional da Ordem Leste da Igreja Ortodoxa, por exemplo, publicou um comunicado na semana passada revelando que o Governo obrigou os representantes de minorias religiosas assinarem um termo onde declaram “não sofrer perseguição”.
“A Ordem de Santo André, Arcontes do Patriarcado, lamenta a pressão que o governo turco colocou claramente sobre as minorias religiosas da nação na obtenção de uma declaração sobre a liberdade religiosa deles”, disse Limberakis.
“Não é preciso ser um ‘evangelista dos Estados Unidos’ ou ter uma ‘mentalidade sionista’ para ver que a declaração de representantes das igrejas greco-ortodoxas e armênias e outras comunidades minoritárias religiosas foi obtida sob coação”, acrescenta.
O comunicado feito por Erdogan, ao que parece, é uma tentativa de barganhar com a comunidade internacional, ganhando tempo e manipulando informações, a fim de se esquivar das acusações feitas pelos Estados Unidos de que o país persegue cristãos, como por exemplo o pastor Andrew Brunson, preso por ser acusado falsamente de terrorismo.
Ainda segundo Limberakis, o Governo turco conseguiu a assinatura dos líderes das minorias por conta do medo que eles têm das consequências que poderiam existir, caso não assinassem.
Para ele, Erdogan está “agindo como um ditador contra minorias religiosas, pedindo-lhes para assinar um documento que ‘desmente a realidade’, quando eles não estão em condições de recusar, por medo de que sua situação se deteriore ainda mais”.
Por fim, através do seu comunicado Limberakis faz um apelo para a imprensa internacional, para que divulguem a verdade e denunciem a perseguição religiosa do Governo turco, também, mediante o terrorismo psicológico.
“Assim, esperamos que esta afirmação notória, claramente obtida sob coação, inspire os jornalistas de todo o mundo a investigarem e lançarem luz sobre a situação do Patriarcado e de todos os cristãos e outras minorias religiosas na Turquia”, conclui, segundo o Christian Post.