Na última sexta feira (28), a Igreja Renascer em Cristo realizou a sexta edição de seu torneio de MMA, o “Reborn Strike Fight”, citado por muitos como sendo o “UFC gospel”. O evento é organizado por Roberto Dantas Pedroso que é professor de artes marciais há 14 anos e cuida dos treinos das dezenas de alunos que comparecem às segundas e quartas-feiras ao subsolo da igreja Renascer da Avenida Morais Costa, no bairro da Vila Industrial, em São Paulo.
O evento, bem como os treinos realizados na academia dentro da igreja, é geralmente motivo de críticas, principalmente pelo fato de que o MMA ainda é visto por um número grande de pessoas como uma modalidade esportiva violenta, o que o faria algo oposto da mensagem pregada por uma igreja cristã.
Apesar das críticas, o Pedroso afirma que a prática do esporte na igreja é uma forma de integrar as pessoas e mostrar a elas que a vida pode ser melhor.
– Nós recebemos todos os tipos de pessoas, até ateu, que no fim sai falando Graças a Deus. Não tem que fazer parte da igreja Renascer necessariamente. Nosso projeto é mostrar que a vida pode ser melhor e, trazendo um pouco da palavra também. Levamos o treino sério, dedicado, tanto que estamos com lutadores profissionais. No começo era complicado, porque achavam que quem treinava na igreja não podia bater. Hoje vê que não só pode bater, mas que você pode praticar o esporte, independente se você tem um adversário na frente ou não. Nós temos essa visão de que todos podem vir, participar; Se quiser fazer parte, seja muito bem vindo – explica o professor.
Sobre o “UFC gospel”, ele explica que algumas mudanças foram feitas para a competição realizada na igreja, de forma a enquadrar melhor a prática esportiva à visão cristã. Entre elas, ele destaca a abolição das cotoveladas, que ele vê como um golpe que só serve para ferir o adversário, e as ring girls, vistas por ele como “apelação”.
– As pessoas falam que não combina luta dentro da igreja, mas eu acho que a perversidade, a apelação para trazer público é a pior coisa. Nós não temos ring girl – explica, destacando desaprovar o uso da sensualidade como forma de atrair público para o esporte.
– Se é para usar o cotovelo, não usa luva. Eu entendo assim, então já que é para preservar o atleta e o esporte é bem praticado é o esporte saudável, nós não usamos a cotovelada. Mas as demais coisas que são permitidas no UFC, nós também permitimos, porque faz parte da regra – completa o professor, explicando por que aboliu as cotoveladas do Reborn Strike Fight.
Por Dan Martins, para o Gospel+