A epidemia de vírus da zika por todo o país motivou um templo da Igreja Universal do Reino de Deus a convidar os fiéis para receberem gratuitamente um “repelente da fé” contra o mosquito aedes aegypti, transmissor da doença.
A filial da denominação do bispo Edir Macedo que anunciou ter “a cura e a proteção” contra a doença fica na cidade de Guarabira, na Paraíba (foto).
“Zika zero”, diz o cartaz, que acrescenta: “Nós temos a cura e a proteção”. As doenças que o mosquito aedes aegypti transmitem são a própria zika, a dengue e a febre chikungunya.
De acordo com informações do blogueiro Paulo Lopes, a cidade no interior da Paraíba fica a 98 quilômetros da capital João Pessoa, e tem mais de 58 mil habitantes, com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,673, bem abaixo da média nacional, que é 0,755.
Para Lopes – que é ateu -, a Igreja Universal do Reino de Deus “pode ser enquadrada na lei do charlatanismo e de curandeirismo”, porque sugere “cura por meio secreto ou infalível”, o que é passível de pena de detenção e multa de acordo com o artigo 283 do Código Penal.
Zika
A doença é apontada como uma das responsáveis pelo surto de microcefalia registrado nos últimos meses no país.
Ativistas pró-aborto defenderam a legalização da prática para casos em que o bebê seja diagnosticado com microcefalia, mas a discussão ainda não avançou.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha em 171 municípios do país, com 2.768 pessoas, descobriu que 58% da população entende que as grávidas que foram infectadas com o vírus zika não devem abortar.
Para 32%, as mulheres deveria ter esse direito, enquanto 10% preferiu não opinar.
A gravidade das consequências da zika exige muito cuidado para banir criadouros do mosquito e ações práticas contra a doença.