Um projeto de lei pretende proibir o uso de celulares durante celebrações religiosas, e quer que os templos exibam placas lembrando os fiéis que não podem usar aplicativos de troca de mensagens ou atender ligações.
A ideia do vereador de Salvador (BA) Isnard Araújo (PRB), pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, é que os aparelhos deixem de incomodar quem está prestando atenção na mensagem pregada.
“Eu milito em religião há 30 anos. Tenho acesso a diáconos, pais-de-santo, padres, pastores e ouço muitas reclamações. Há pessoas indelicadas, falam alto. Outras não atendem e deixam o aparelho chamando, daí surgiu a ideia”, afirmou Araújo, em entrevista ao site A Tarde.
O projeto foi votado no último dia 05 de setembro e aprovado pelos vereadores. O texto faz uma espécie de acréscimo ao decreto 22.209 de 2011, que proíbe o uso de celulares em casas de espetáculos, eventos culturais, bibliotecas, cinemas, teatros, etc.
Agora o projeto está nas mãos do prefeito da cidade, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), que vai decidir se sanciona ou veta a proposta.
O texto prevê que os templos afixem avisos sobre a proibição e estabelece multa para os responsáveis pelos locais que desrespeitarem a recomendação. A fiscalização é feita pela Secretaria Municipal de Urbanismo.
A ideia gerou polêmica e críticas. O bispo-auxiliar da Arquidiocese de Salvador, dom Estevam Silva Filho, afirmou que o caminho correto é educar as pessoas para usar os aparelhos de forma responsável e harmoniosa: “Nossa maior preocupação, isto sim deveríamos atentar, seria a conscientização de não atenderem telefone dirigindo e enquanto estão em refeição com a família, por exemplo”, afirmou o líder católico.
O pastor Djalma Torres afirmou que a proibição é um exagero: “O uso indiscriminado atrapalha, entretanto, não é o caso de proibir, mas de estabelecer um uso criterioso por meio de recomendação dos dirigentes”, opinou.