A Nigéria foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo após ser derrotada pela Argentina por 2×1. O país tinha a equipe com menor média de idade e, mesmo com as adversidades que atravessa por conta dos conflitos promovidos por uma corrente muçulmana extremista, participou de forma honrosa do torneio e jogou luz sobre a história de Victor Moses, jogador polivalente que sobreviveu à perseguição religiosa.
A história de Victor Moses foi recapitulada pela Missão Portas Abertas após sua convocação para a disputa da Copa. O jogador de 27 anos atua no Chelsea, da Inglaterra, e é filho de uma família que sofreu intensamente por professar a Cristo como Senhor e Salvador.
Nascido em Kaduna, capital do estado homônimo, Victor cresceu em meio a intolerância religiosa praticada por muçulmanos radicais contra os cristãos e seu pais foram vítimas dessa perseguição.
O pai de Victor Moses, Austine, era pastor e foi assassinado ao lado de sua esposa, Josephine, em 2000. A casa em que viviam foi invadida por extremistas que atuavam pela imposição da sharia, a lei muçulmana. À época, a família de Moses não foi a única a sofrer com o radicalismo, e o levante dos extremistas durou cinco semanas e deixou 5 mil mortos.
O jovem Victor não estava em casa no fatídico dia, pois já era jogador nas categorias de base e sobreviveu. Ciente de que se tornaria um alvo, fugiu para Inglaterra tão logo teve oportunidade, e lá foi acolhido por familiares que viviam na capital do país.
Vivendo como refugiado, ele conseguiu se destacar no futebol, com passagens por diversos times do país. Até 2010 defendeu as seleções de base da Inglaterra, por possuir cidadania, mas decidiu atuar profissionalmente como jogador nigeriano a partir de 2011.
No ano seguinte, quando assinou contrato com o Chelsea, estreou pela seleção da Nigéria, e hoje é um dos jogadores mais requisitados do elenco, com um salário anual de R$ 13,1 milhões.