A Hungria vem consolidando um posicionamento conservador na política, refletindo princípios da maioria da sociedade. Depois de eleger a primeira mulher presidente, uma política pró-vida, os cidadãos reelegeram o primeiro-ministro Viktor Orbán para um quarto mandato.
No último domingo, 03 de março, a Hungria reelegeu o primeiro-ministro Viktor Orbán, que vem implementando políticas conservadoras desde que assumiu o poder, como o reconhecimento de família como a união entre homem e mulher, e a rejeição à adoção homoparental.
Seu partido, Fidesz, venceu as eleições legislativas com uma vantagem ainda maior que nas eleições anteriores.
Na disputa deste ano, Orbán enfrentou uma aliança de esquerda, que se uniu em torno do candidato Péter Márki-Zay. A oposição obteve menos de 35% dos votos, o que representa 56 cadeiras no Parlamento. Já a aliança conservadora conquistou 53% dos votos, um total de 135 cadeiras, duas a mais do que em 2018.
“Não pensávamos em vencer com tamanha folga”, disse o eurodeputado Balazs Hidveghi, membro do Fidesz e um dos aliados mais próximos a Orbán.
Cristianismo
O primeiro-ministro húngaro conta com a antipatia da imprensa europeia na mesma medida que o ex-presidente Donald Trump era tratado pelos jornalistas norte-americanos. Cristão, Viktor Orbán afirmou em 2020 que há má vontade dos políticos europeus contra os seguidores de Jesus Cristo.
“Estamos fornecendo aos cristãos perseguidos o que eles precisam: moradias, hospitais e escolas e recebemos em contrapartida o que a Europa mais precisa: a fé cristã, amor e perseverança”, disse o primeiro-ministro na ocasião.
No discurso de vitória ontem à noite, Viktor Orbán aproveitou para reiterar seu compromisso com o povo húngaro, e alfinetou a União Europeia: “Conseguimos uma vitória tão grande que até pode ser vista da Lua, e certamente a partir de Bruxelas”.
“Esta vitória também será recordada para o resto das nossas vidas. Talvez porque tivemos de enfrentar a maior força: a esquerda em casa, a esquerda internacional de uma forma geral, os burocratas de Bruxelas, o império de [George] Soros com todo o seu dinheiro, os meios de comunicação internacionais, e no final, até o presidente ucraniano”, disse o vencedor, segundo informações da RTP.
Assim como o Brasil, a Hungria tem se mantido neutra no conflito entre Rússia e Ucrânia, e não tem permitido a passagem de armas vindas de outros países europeus, direcionadas aos ucranianos, por seu território.
Pró-vida
No dia 10 de março, o Parlamento húngaro elegeu Katalin Novák a primeira mulher presidente do país. Conservadora e aliada de Orbán, a mandatária é uma ferrenha opositora das políticas abortistas e declarou que o poder pertence a Deus.
Aos 44 anos, Katalin vem servindo na política há alguns anos. Em 2018, como ministra da Juventude e Família, implementou políticas pró-família que fizeram o número de abortos no país despencar 33%.
Katalin destacou sua motivação para implementar valores cristãos nas políticas públicas voltadas às famílias: “Ouvimos [críticas] de todo o lado. Mas se pensarmos na Bíblia, a decisão certa nem sempre é reconhecida no mesmo momento. Se tivermos em mente a eternidade, não precisamos nos preocupar tanto com as críticas que recebemos”, declarou.