O desenho infantil Um Conto Sombrio dos Grimm, produção exibida pela Netflix, está sendo alvo de protestos nas redes sociais por parte de pais preocupados com o conteúdo. Uma psicóloga apontou que a violência explícita tem causado efeitos colaterais em crianças.
Juliana Ingrao, psicóloga que atua no atendimento a mães, usou sua conta no Instagram para alertar pais sobre o conteúdo do desenho: “A história é contada por corvos e o tempo todo questionam com quem assiste se a criança nova está com medo, se deveria estar assistindo, entre outras observações bem macabras”, afirmou.
A violência explícita mencionada pela psicóloga influencia em todo o desenrolar da história: “João e Maria são filhos de casal (Rei e Rainha) e o desenho já começa com os pais deles cortando as cabeças deles, os corvos comentam se é bom mostrar ou não o que tem dentro do pescoço, e a tela aparece como sombras e as cabeças cortadas, em seguida, os pais costurando com um fio de ouro o pescoço deles e eles voltam a vida, apavorados com o que aconteceu eles fogem em busca de uma família perfeita que não matem eles”.
O diálogo em questão foi destacado pela psicóloga:
J: Por quê fizeram isso? Não nos amam mais?
M: Não se corta a cabeça de quem se ama.
J: Você dá flores. Devemos ter feito algo de muito ruim.
M: Não é culpa nossa, são eles, eles são horríveis, malvados. Pais não deveriam trucidar os filhos nunca
Em seguida, Maria tenta acalmar o irmão: “Faça como eu, ponha seus sentimentos numa caixa, enterre e ponha fogo, esqueça-os”.
Nessa desventura, os dois irmãos “encontram uma confeiteira que tenta comer os dois” e em seguida afirma a eles que seus pais “nunca os amaram”. A psicóloga então, acrescenta que “Maria empurra ela pela janela e acaba morta, empalada numa bengala de hortelã na entrada da casa dela”.
Depois de ilustrar a violência explícita e a mensagem assustadoramente agressiva, Juliana Ingrao aconselha aos pais: “Não deixem que seus filhos assistam, muitas crianças podem ser gravemente afetadas emocionalmente pelo desenho”.
A vereadora recifense Michele Collins, missionária da Assembleia de Deus, também expôs sua indignação: “O negócio é tão sério que já no primeiro capítulo, as crianças João e Maria, tem suas cabeças cortadas pelos próprios pais e voltam a vida pelas mãos do diabo, que costura com um cordão de ouro suas cabeças. É um absurdo que isso seja classificado como infantil. Não vamos nos calar!”, desabafou.
Outra mãe que reprovou o conteúdo foi a jornalista Renata Alves, da RecordTV: “É inacreditável, pois o pai e mãe decapita a cabeça dos filhos e amarram as cabeças com um cordão feito pelo diabo […] Várias mães estão dizendo que os filhos estão com medo de ficarem com seus pais”.
Ao final de sua publicação, a psicóloga fez um apelo às mães que a seguem: ”Depois dos Stories que eu postei, recebi mensagens de algumas mães onde as crianças estão tendo crises de choro, questionando sobre amor dos pais, e alguns termos como suicídio, empalamento, sobre abandono, etc… cuidem de suas crianças, bloqueie acesso, fique de olho e procure ajuda se precisar”, acrescentou.
Ver essa foto no Instagram
Ver essa foto no Instagram
Ver essa foto no Instagram