O suicídio é um dos temas mais difíceis de lidar, não apenas na sociedade em geral, mas também nas igrejas evangélicas e pelos pastores.
Foi isso o que revelou uma pesquisa feita com 1000 pastores e 1000 cristãos evangélicos, feita pela Associação Americana de Conselheiros Cristãos, em parceria com o Programa de Aconselhamento de Graduação da Liberty University, Escola de Medicina da Liberty University e pelo Comitê Executivo da Convenção Batista do Sul.
Segundo o estudo, 80% dos pastores acreditam que a igreja é um local que pode acolher e ajudar pessoas que pensam em tirar a própria vida. Todavia, os dados revelados na pesquisa mostrou incompatibilidade entre o que a acreditamos e como as coisas são, de fato. Isso, porque, apenas 4% dos fiéis que perderem algum ente querido ao cometer suicídio disseram que os pastores sabiam do problema.
Ao que parece, pessoas com ideal suicida não procuram a igreja para solicitar ajuda. Por outro lado, parece que os líderes das igrejas também evitam falar mais sobre o assunto, o que dificulta criar abertura para que pessoas que pensam em tirar a própria vida sintam-se confortáveis em compartilhar suas angústias.
“Apesar de suas melhores intenções, as igrejas nem sempre sabem como ajudar aqueles que enfrentam lutas de saúde mental”, disse Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research. Essa dificuldade é reforçada pelo que Tim Clinton, presidente da Associação Americana de Conselheiros Cristãos, acredita ser o “medo de discutir” o assunto:
“O suicídio em nossa cultura tem sido, por muito tempo, um tema que temos medo de discutir”, disse ele, segundo informações do portal Christian Times. Para Clinton, vivemos uma “pandemia de suicídios” e a igreja possui um papel crucial na compreensão desse quadro:
“Nossa oração é que esta pesquisa inicie um debate nacional sobre a pandemia de suicídio em nossa nação, e que possamos começar avaliando a perspectiva da Igreja sobre a questão. Precisamos de uma abordagem clinicamente sensível, que dê o dom da vida de volta para aqueles que se sentem vazios”, acrescentou.