Cristãos que vivem na Nigéria, no continente africano, vivem uma luta diária contra extremistas islâmicos que não se conformam com o crescimento da fé cristã na região. Em 24 de abril, no Estado de Benue, dois sacerdotes católicos, os padres Joseph Gor e Felix Tyolaha, foram assassinados brutalmente em mais um massacre etnia Fulani, composta por muçulmanos, deixando também outros 16 fiéis mortos.
O que intriga os líderes cristãos locais é que apesar da sequência dos ataques cometidos pelos fulanis, o governo nigeriano parece não tomar as providências necessárias para punir os agressores e controlar a situação, de fato. O Presidente do país, Muhammadu Buhari, emitiu um comunicado repudiando o que chamou de “crime hediondo”, mas sem mencionar ações imediatas.
Segundo a organização Human Rights Watch, desde 2010 as violências já causaram pelo menos 3 mil mortes na região, segundo informações de uma agência do Vaticano. Com medo de novos ataques, sacerdotes de algumas igrejas católicas denunciam o descaso das autoridades:
“Nos últimos três anos a região de Benue, onde 95% da população é cristã, foi atacada várias vezes por grupos de terroristas muçulmanos do norte. A ideia, o sistema e os métodos são os mesmos do grupo Boko Haram”, disse o padre Patrick Alumuku, da arquidiocese de Abuja.
“É um massacre que o mundo não toma conhecimento e ninguém fala. É exatamente assim, os fulani acreditam que têm a missão de levar a religião do islã do norte até o oceano”, explica o padre, aproveitando para denunciar em tom de desabafo outro ataque cometido onde mais 30 pessoas foram mortas:
“Há um grupo que se chama ‘MyettiAllah’, literalmente ‘Os mensageiros de Deus’, que deixa claro suas intenções de conquistar esta parte do país. Depois da morte dos sacerdotes e fiéis ocorrida ontem, na noite do mesmo dia homens armados mataram cerca de trinta pessoas em um outro vilarejo do mesmo Estado de Benue”, disse ele.