A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga Crimes Cibernéticos recebeu um requerimento do deputado federal e ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ) para investigar movimentos sociais que se organizam através da internet para protestar contra o governo Dilma Rousseff (PT).
O pedido de Wyllys para investigar a fonte de renda do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Revoltados Online, entre outros, que atuam de maneira incisiva pelo impeachment de Dilma foi comentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja e do jornal Folha de S. Paulo, além de âncora do programa Os Pingos Nos Is, da rádio Jovem Pan.
“Jean Wyllys não cansa de não me surpreender. Ele é membro da CPI dos Crimes Cibernéticos e apresentou um requerimento para ouvir, entre outros, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Revoltados Online. Huuummm… Não por acaso, são dois dos grupos que convocam manifestações em favor do impeachment de Dilma. Até onde sei, esses movimentos não recorrem ao roubo, à extorsão e ao achaque para se financiar”, escreveu Azevedo em seu blog na Veja.
Azevedo diz que o parlamentar age por conveniência e que a estratégia é uma forma de disfarçar os crimes que supostamente são cometidos pelo partido do governo: “Wyllys está interessado nas fontes de financiamento dos que protestam contra Dilma? Ora, ora… A tática não é nova. É a prática do chavismo para perseguir os adversários. Por que ele não convoca para a CPI quem usa dinheiro da CEF, do Banco do Brasil e da Petrobras para difamar pessoas? Respondo: porque a difamação feita pelos blogs sujos é do interesse de Jean Wyllys e de sua turma”, disparou.
O jornalista comenta ainda escândalos envolvendo o PSOL e aponta “demagogia” no discurso do ativista gay: “A propósito: como ficou, Jean Wyllys, o caso da deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), que confessou numa gravação ter desviado dinheiro de sindicato para se eleger? É esse o partido que bate no peito em nome da moralidade? […] Nada há contra os movimentos que Wyllys quer perseguir. Mas já há uma penca de coisas contra o seu partido”, apontou.
“Jean Wyllys tem o péssimo hábito de perseguir aqueles que considera desafetos. E usa a causa gay como máscara do seu espírito autoritário. Como diz falar em nome de uma minoria discriminada, acredita, então, que tudo lhe é permitido. Não passa de expressão de um dos microfascismos resultantes da degeneração da esquerda. Se bem que, em Wyllys, até isso é falso. Ele também é esquerdista por conveniência”, escreveu o jornalista, antes de ironizar: “Um dia ele vai descobrir que talvez nem seja gay. Vai tomar um baita susto, né? E, meus caros, convenham: tirem desse rapaz o seu estandarte, sobra o quê?”, questionou.
Malafaia
O pastor Silas Malafaia, desafeto público de Wyllys, comentou o requerimento do deputado e afirmou que o PSOL é a versão “cor de rosa” do PT: “Jean Wyllys, do PSOL, o partido cor de rosa do PT, convocando os responsáveis pelos protestos contra o governo para dar esclarecimentos em CPI. Porque Jean Wyllys não convoca a petralhada que persegue opositores, financiados pelo governo, fazendo uma verdadeira guerrilha virtual? Vergonhoso! Sabem porque Jean Wyllys defende o governo Dilma? Lula e Dilma, deram milhões e milhões para as ONGs dos ativistas gays. Desafio dizer que é mentira”, escreveu o líder evangélico em seu Twitter.