Uma iniciativa “politicamente correta” e, a princípio, protetora de minorias será adotada pelas quatro maiores empresas de mídia social do planeta, em conjunto com a União Europeia. Facebook, Twitter, YouTube e Microsoft (que acaba de comprar a rede social Linkedin) irão combater declarações contrárias à homossexualidade e ao islamismo, assim como mensagens racistas e xenófobas.
Essa medida não tem caráter jurídico de obrigatoriedade para as empresas, mas é incentivado pela União Europeia. As empresas, assim, se comprometeram a averiguar em até 24 horas as notificações feitas por usuários e remover mensagens/vídeos que sejam identificadas como “discurso de ódio”.
De acordo com o The Guardian não demorou que surgissem críticas à iniciativa. Formadores de opinião de pensamento conservador temem que o novo pacto não tem completo embasamento jurídico e pode ser usado de forma parcial, sustentando visões incorretas sobre a imigração muçulmana, o aborto e a agenda da militância LGBT.
“A maioria das perversões e corrupções que acontecem na Europa provêm da UE: este parece ser um objetivo muito específico desta instituição”, disse Virginia Coda Nunziante, presidente da Associação para a Defesa da Família em entrevista ao LifeSiteNews.
O blog cristão Agenda Europe comentou a divulgação do acordo entre os gigantes da comunicação e a União Europeia: “Em sua visão de mundo, lembrar que o aborto significa matar um ser humano, ou que o casamento é feito por duas pessoas de sexos diferentes, pode ser considerado um ‘insulto’ por assassinos de crianças e sodomitas, que devem ser protegidos de verdades simples, mas desagradáveis”, pontuou.
A responsável pela criação dessa iniciativa, Vera Jourová, comissária da União Europeia para a Justiça, Consumidores e Igualdade de Gênero, o discurso de ódio é identificado pela incitação à violência e à reprovação das práticas de um grupo de pessoas ou membros de grupos que sejam definidos por etnia, cor, religião ou origem.
“O objetivo real aqui parece ser o de criar uma desculpa pseudo legislativa para empresas de tecnologia censurarem conteúdo […] Esta abordagem entrega a eles a capacidade de dizer ‘nós estamos apenas seguindo o código de conduta da UE para o discurso do ódio’”, acrescentou o blog Agenda Europe.
Diane James, porta-voz do Partido da Independência do Reino Unido, comentou a iniciativa: “Esta legislação é tão vaga que tem como cunho não apenas travar o discurso do ódio, mas também a liberdade de expressão”, criticou, em entrevista ao Breitbart Londres, acrescentando que, a seu ver, a União Europeia tem ido além de seu propósito original de formar um bloco econômico e político: “Eles agora desejam decidir e comprometer as nossas liberdades civis como povo. Isso é inaceitável para um povo livre”, concluiu.