A intensa mobilização de ativistas gays para protestar contra o pastor Marco Feliciano no cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara de Deputados registrou ontem, 11 de março, mais um capítulo que envolveu manifestações em frente a filiais da igreja Assembleia de Deus Catedral do Avivamento.
Em Ribeirão Preto, onde está localizada uma das principais filiais da denominação, um grupo de aproximadamente 200 manifestantes protestavam em frente à igreja, com palavras de ordem e cartazes, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.
A filial da igreja era o local onde o pastor Marco Feliciano havia convocado uma manifestação a seu favor, porém os ativistas gays compareceram e tumultuaram o ambiente. Enquanto a assessoria de Feliciano filmava os protestos, um dos militantes tentou agredir o cameraman, mas logo houve intervenção de ambos os lados, e os ânimos se acalmaram.
Confira no vídeo abaixo:
No Twitter, a psicóloga Marisa Lobo lamentou a postura adotada pelos manifestantes, de irem ao local de culto protestar contra questões políticas: “A igreja do pastor Marco Feliciano, a AD Catedral do Avivamento, Ribeirão Preto, está sendo novamente atacada agora.O que querem, matá-lo? Agora na porta, e a igreja do pastor Marco Feliciano lotada e o povo com medo de sair. Acham isso justo? Batuque na porta?”, publicou, indignada.
Em seu site, a assessoria do pastor publicou uma nota de repúdio à atitude dos manifestantes, que tentaram, segundo equipe de Feliciano, invadir o templo e fizeram seus protestos com palavras de baixo calão e ameaças de agressão e depredação do local. “Repudio qualquer ato de violência e rogo a oração das igrejas para que tenhamos Paz”, disse Feliciano.
O episódio porém, foi retratado de maneira distorcida por um portal de notícias cristãs, que publicou matéria com uma chamada que anunciava uma tentativa de agressão ao pastor Marco Feliciano em pessoa.
O pastor Silas Malafaia usou seu perfil no Twitter para anunciar que irá abordar as questões em torno de Marco Feliciano na próxima edição do programa Vitória em Cristo, no sábado, dia 16/03.
Anteriormente a essa publicação, Malafaia já havia usado seu perfil para contestar as pessoas que criticam a fala de Marco Feliciano sobre a maldição mencionada na Bíblia contra um descendente de Noé que se mudou para a África.
O jornalista Lauro Jardim publicou nota em sua coluna Radar Online sobre o abaixo-assinado contra Marco Feliciano, afirmando que a “ira” dos manifestantes e as mais de 335 mil assinaturas não deverão surtir efeito prático: “É muita gente? Sem dúvida. Agora, qual será o efeito prático da desaprovação? Nenhum. Se contra a eleição do notório Renan Calheiros foi coletado 1,5 milhão de assinaturas e, ressalte-se, não deu em absolutamente nada. Dificilmente, os inimigos de Feliciano que se dispuseram a assinar – um quinto da quantidade de pessoas que pediram Fora, Renan – terão força para derrubá-lo da comissão formada para defender os interesses das minorias”, observou Jardim.
O colunista do Gospel+ e escritor Daniel Simoncelos publicou artigo em que comenta o que classifica de “perseguição” a Feliciano: “Alguns ativistas gays estão perseguindo ao Dep. Federal Marco Feliciano, que foi eleito democraticamente como deputado federal, e também como presidente da comissão de direitos humanos. De fato, podemos discordar disso e até mesmo protestar (como deveria ser feito contra Renan Calheiros), porém qualquer tentativa de agressão seja verbal ou física, é apelar para algo nada democrático e não ser diferente em nada do comunismo radical, ou do nazismo/fascismo vivido pelos skinheads”, observou.
No texto, Simoncelos propõe uma reflexão sobre os extremos do caso e a medida usada para calcular a intensidade dos protestos: “Infelizmente, hoje basta ter uma opinião diferente para xingar, menosprezar, caluniar. E agora até denegrir patrimônios, perseguir igrejas, agredir verbalmente o pai diante de seus filhos, sendo estes ainda crianças, e talvez ficarão traumatizados pelo resto da vida. Tudo isso porque divergimos na ideologia? Seria o Marco Feliciano um criminoso por ter opiniões diferentes das minhas ou mesmo interpretações bíblicas toscas?”, questiona, deixando transparecer sua divergência teológica com o pastor.
Daniel Simoncelos confronta a postura dos manifestantes usando os argumentos usados pelos mesmos: “Onde está o país da diversidade, da tolerância? Só aceitamos a diversidade e tolerância quando estão a nosso favor. Mas quando temos que aceitar o diferente e tolerar a opinião contrária, então desejamos que nossa ditadura seja imposta”, contextualiza.
Acesse a íntegra do artigo de Daniel Simoncelos neste link.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+