Enfrentar a perseguição religiosa de pessoas desconhecidas, fora do seu convívio, já é algo bastante ruim, mas o que dizer de quem sofre na pele às consequências de seguir a Cristo, tendo os parentes e colegas de trabalho como seus principais perseguidores, ao ponto de perder o emprego e ir parar atrás das grades?
É isso o que enfrenta um ex-policial, identificado apenas pelo nome de Adane por razões de segurança, de 25 anos e que vive na Somália, país localizado no continente africano.
Segundo informações da organização World Watch Monitor (WWM), que auxilia cristãos perseguidos em vários países do mundo, o jovem Adane se converteu do islamismo para o cristianismo há cerca de dois anos. Todavia, ao saber da sua nova fé, seus parentes e colegas de trabalho o abandonaram.
Uma fonte da WWM informou que Adane foi convocado, ironicamente, pelo Escritório de Direitos Humanos do Estado Somali, onde foi questionado acerca da sua nova fé. Ele foi orientado pelas autoridades à retornar ao islã, mas negou o pedido, tendo como fundamento sua liberdade religiosa garantida na constituição do país.
Apesar da lei sobre liberdade religiosa existir no país, ela não se aplica na prática sem resultar em consequências severas aos que se convertem do islamismo. Adane então foi demitido do seu emprego como policial e em seguida preso. Apenas com a intervenção do presidente do Escritório de Direitos Humanos ele foi solto.
Todavia, Adane foi orientado a deixar sua comunidade, porque teria feito vários inimigos após sua confissão de fé. Não por acaso, a Somália ocupa a posição número 28º na lista de perseguição mundial divulgada pela organização Portas Abertas em 2019. Um dado triste, mas que é vencido diariamente pelos cristãos que vivem no país, mediante a oração e fé em Deus.