Questionar a ideologia de gênero foi o suficiente para que um aluno de uma universidade fosse expulso da aula sobre a história do cristianismo. Agora, seu caso se tornou de repercussão internacional e será revisto pelo conselho da entidade.
O estudante Lake Ingle, que cursa uma especialização em estudos religiosos na Universidade de Indiana, Pensilvânia (EUA), questionou a professora Alison Downie durante a palestra “Cristianismo 481: Personalidade, Pecado e Salvação” sobre a ideologia de gênero.
Segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN), a professora mostrou um vídeo de um discurso do ex-pastor e transgênero Paula Stone Williams, em que ele fala sobre “machismo”, “sexismo dos homens” e “privilégio masculino”.
Downie, então, pediu que as mulheres da classe comentassem o vídeo, mas nenhuma delas se manifestou. Diante do silêncio das colegas, Lake Ingle pediu a palavra e criticou a abordagem parcial da professora, dizendo que debater o assunto a partir apenas da experiência feminina era inadequado.
Enquanto formulava seu argumento, se opôs à ideologia de gênero, destacando que estudiosos da biologia reconhecem apenas dois gêneros, e que uma das principais bandeiras do movimento feminista, a “diferença salarial por gênero”, não reflete a realidade ampla da sociedade norte-americana.
Para sua surpresa, a professora não permitiu que continuasse: “Foi durante a minha objeção que a Dra. Downie tentou me silenciar porque não sou mulher”, disse o aluno, reiterando a parcialidade adotada pela professora, que também pediu que ele se retirasse e não voltasse mais, mesmo com a matéria sendo configurada como curso obrigatório para a conclusão.
Dias depois, Ingle recebeu uma carta da Universidade de Indiana informando sua exclusão do curso, alegando que ele tinha sido expulso por desobedecer a política de interrupção da sala de aula da universidade.
Na carta, a universidade o acusou de “objeção desrespeitosa à estrutura de discussão da turma do professor, recusa de parar de falar, explosões de raiva em resposta à necessidade de ouvir um palestrante transgênero discutir a realidade do privilégio e sexismo masculino branco, referências desrespeitáveis à validade da identidade e experiência transgênero, e fazer uma afirmação desrespeitosa de que uma pontuação baixa em qualquer trabalho de classe seria evidência do preconceito pessoal do professor”.
A instituição ainda estipulou que Lake Ingle deve pedir desculpas à professora por cada “ofensa” e aos colegas por seu comportamento, se quiser ser readmitido. Outra imposição pe que ele deve ouvir as opiniões dos outros, sem ceder às “explosões desrespeitosas e disruptivas”.
Em contrapartida, Ingle agora acusa a professora e a universidade de violar seus direitos da Primeira Emenda da Constituição norte-americana: “Creio que a decisão da professora de me denunciar seja uma tentativa de me intimidar para que eu não expresse meus pontos de vista, tornando-se uma questão de liberdade de expressão”, disse Ingle ao portal Campus Reform.
“A censura nos campus da universidade é uma questão com a qual tentei lidar em muitos dos meus cursos, além de oferecer a visão contrária e conservadora que leva a muitas discussões em sala de aula”, afirmou. Agora, uma audiência foi agendada para esta segunda-feira, como tentativa de conciliar as partes, já que uma petição pública online na plataforma Change.org foi criada pedindo a demissão da professora.