O Governo chinês está colocando em prática uma série de ações que visam suprimir e consequentemente eliminar a existência do cristianismo do país, segundo informações de especialistas como Zhang Lijia e da organização que monitora os índices de perseguição religiosa no país, ChinaAiD.
“Eu acho que tem a ver realmente com a ideologia do presidente Xi Jinping. Ele está realmente querendo levar a China o antigo caminho de Mao, exercendo um controle mais político”, disse Bob Fu, o fundador da ChinaAiD.
Fu explicou que a intenção do presidente chinês, Xi Jinping, é fazer uma espécie de unificação de todas às religiões em prol da ideologia comunista. Na prática, significa criar um novo tipo de religião moldada aos padrões do regime político chinês.
Para isso, o regime deseja exercer “o controle da mente, ideológico, uma sinicização na ideologia do partido comunista”, disse, já que “qualquer outra coisa seria considerada uma ameaça”.
Já para o escritor Zhang Lijia, a intensificação da perseguição religiosa aos cristãos no país, desde o início desse ano, se deve ao fracasso da ideologia comunista em fornecer para a população um ideal de vida que transcenda à materialidade.
Uma vez que o cristianismo alcança esse objetivo e vai muito além através do relacionamento individual com Jesus Cristo, consequentemente a fé cristã se tornou uma ameaça para a estabilidade do regime, visto cada vez mais como insuficiente e autoritário.
“Após o ‘colapso’ da ideologia comunista, nenhum sistema de valores foi estabelecido para preencher o vazio espiritual. A China testemunhou um renascimento religioso nas últimas décadas precisamente por causa desse vácuo e controle relaxado”, disse Zhang Lijia.
O Governo intensificou o fechamento de igrejas consideradas “ilegais”, assim como a prisão dos seus líderes. Com uma estimativa de 67 milhões de cristãos no país, a China pode se tornar a maior nação cristã do planeta em pouco tempo, acreditam os analistas, destacando que isso aponta para um avivamento espiritual em curso na região.
Mesmo assim, devido ao número total de habitantes ser muito maior (1,379 bilhão de pessoas), a perseguição religiosa permanece sendo o maior problema dos cristãos que vivem no país.
“O governo diz que temos liberdade religiosa, mas na verdade não há liberdade alguma. Muitos de nossos irmãos e irmãs cristãos estão chateados e temerosos”, disse a esposa de um pastor que pediu anonimato, segundo informações da CBN News.