A República Islâmica do Paquistão, como é chamado oficialmente o Paquistão, continua sua campanha de perseguição aos cristãos por supostas blasfêmias contra às crenças muçulmanas.
Dessa vez, após libertar Asia Bibi, o governo do país resolveu prender outra mulher cristã, também pelos mesmos motivos.
Shagufta Kausar (45) e seu marido, Shafqat Emmanuel Masih, de 48 anos, foram acusados de proferir blasfêmias contra o islamismo no ano de 2013, no Paquistão. Ambos são pais de quatro filhos e agora estão enfrentando uma acusação que já decretou a morte deles em fevereiro de 2014.
Na época da acusação, em julho de 2013, Shagufta Kausar trabalhava como ajudante doméstica na casa de um bispo cristão chamado John Samuel, residente no Paquistão. Porém, um líder muçulmano local identificado como Muhammad Hussein acusou a mulher de enviar para ele, pelo celular, mensagens de blasfêmia contra o islamismo.
Depois dessa acusação Shagufta Kausar e o seu marido, que também foi acusado de ser “conivente” com a esposa, foram presos na Delegacia de Polícia de Gojra, região do Paquistão onde vivem com os filhos. Várias pessoas cercaram o estabelecimento querendo matá-los, mas os policiais dispersaram a multidão aplicando punições mais severas em ambos.
Segundo informações do Christian Today, o advogado Saif-ul Malook, o mesmo que defendeu a cristã Asia Bibi – que hoje vive como refugiada junto com sua família no Canadá, após ser inocentada pela Suprema Corte do Paquistão – disse que o casal de Gojra não é culpado das acusações.
“O casal é inocente e não há provas legais substanciais que comprovem que eles realmente enviaram mensagens de texto”, disse Malook, informando também que eles foram submetidos à pressão psicológica para assumirem a culpa das acusações.
No Paquistão, apenas 1,6% da população de 210 milhões de habitantes é cristã. Os muçulmanos exercem maior poder de influência em todas as áreas da vida social, tanto que o islamismo é a religião oficial do Estado.
Asia Bibi, que foi acusada de blasfêmia por ter tomado água no mesmo recipiente de mulheres muçulmanas, com às quais trabalhava em uma zona rural, conseguiu ser inocentada após quase 10 anos presa injustamente, e hoje vive no Canadá com o esposo e os filhos, por razão de segurança.