Após nove anos presa no Paquistão por, supostamente, ter “blasfemado” contra Maomé, considerado um profeta no islamismo, a cristã Asia Bibi foi inocentada em um julgamento recente e teve a sua liberdade decretada. Apesar disso, milhares de muçulmanos radicais saíram às ruas para protestar contra a decisão e pedir a condenação da mulher ao enforcamento.
A batalha da cristã Asia Bibi e sua família está longe de terminar. Isso, porque, eles enfrentam a fúria de grupos autoritários que usam a ignorância religiosa para, em seu nome, perseguir pessoas que discordam das suas crenças. É o caso dos extremistas islâmicos que vivem no Paquistão.
Conforme já noticiamos, Asia Bibi está há nove anos presa por ter sido acusada de blasfemar contra Maomé, após ela confrontar um grupo de mulheres que lhe discriminou por ser cristã, comparando os feitos do líder islâmico com os de Jesus Cristo, em 2009.
“Acredito em minha religião e em Jesus Cristo, que morreu na cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?”, disse Bibi na ocasião.
Mantida na prisão desde então, ela aguardou julgamento todos esses anos, sendo absolvida pelo Supremo Tribunal do Paquistão no mês passado, ficando livre da condenação à morte. Todavia, islâmicos radicalizados não concordaram com a decisão e saíram às ruas para pressionar o Governo, pedindo a revogação do julgamento.
Por conta disso, Asia Bibi ainda está sendo mantida presa e a família teme que a decisão seja revista por um novo Comitê. O marido da cristã, mãe de cinco filhos, teme pela vida de toda a família.
“Por favor ajudem-nos, corremos perigo no Paquistão”, disse Ashiq Masih. “Estamos agora vivendo sob um crescente sentimento de medo”. Até o advogado que defendia Bibi, Saiful Malook, saiu do país temendo por sua segurança.
Segundo informações da BBC, o ministro de comunicação do Paquistão, Fawad Chaudhry, fez um comunicado sugerindo a possibilidade de um acordo com os radicias muçulmanos, onde Bibi, consequentemente, poderá ser prejudicada.
“Tínhamos duas opções: ou usávamos a força, e quando é usada morrem pessoas e isso não é algo que o Estado deva fazer, ou tentávamos negociar, e nas negociações damos e recebemos algo em troca”, disse ele. Com informações: Portas Abertas.