O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) publicou a sua versão do debate com o youtuber Felipe Neto, e o vídeo traz cerca de 17 minutos a mais de material do encontro entre ambos, que aconteceu em seu gabinete na Câmara dos Deputados.
No material publicado inicialmente, o próprio Felipe Neto afirma que irá disponibilizar o material completo para download, e que a versão em seu canal não teria alguns trechos.
Na oportunidade, o pastor Marco Feliciano questionou o motivo pelo qual, mesmo tendo grande influência, PT, PSOL e PCdoB nunca se empenharam em apresentar um projeto de lei que beneficiasse a comunidade LGBT no sentido de garantir que esse grupo tivesse a união civil reconhecida pela lei, afinal, o “casamento gay” no Brasil surgiu a partir de um precedente jurídico aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu uma união estável entre duas pessoas do mesmo sexo.
“Quanto a isso, eu não tenho qualquer influência”, disse Felipe Neto, admitindo que não teria como responder questões inerentes ao assunto e que são omitidas dos debates promovidos pela militância homossexual.
Feliciano ponderou sobre a questão, sugerindo que a ideia é apenas fazer barulho: “Eles não fazem isso [apresentar um projeto de lei] e jogam a culpa na gente, porque o contraponto existe. A beleza da democracia está no contraditório. Eu não sou obrigado a aceitar tudo”.
O pastor questionou ainda porque as pessoas sempre o procuram para debater esse assunto, mas raramente tentam explorar mais as ideias de quem defende o grupo LGBT: “Porque ninguém vai sentar com o deputado Jean Wyllys, que defende a bandeira gay? A deputada Maria do Rosário, ou essas pessoas que são emblemáticas, que sempre no contraponto se apresentam com um vitimismo tremendo, jogando a culpa na bancada cristã. Olha só, nós temos aqui hoje 90 deputados. Até o ano passado, a presidente Dilma tinha 400 deputados. Ela conseguiria aprovar o que ela quisesse na Casa, falando eu [contra] ou não. Porque não apresentaram uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC)? Porque não querem”, contextualizou.
Felipe Neto tentou sair pela tangente, dizendo que não entraria “nesse debate”, e Feliciano retrucou: “Eu entro, porque faz parte de mim. Com isso, eu explico para seu público porque o projeto não chegou aqui. Vou explicar para vocês: covardes. Deputados covardes nessa Casa. E eu não falo só do outro lado não, falo do meu lado também. O que é o covarde? É aquele que tem medo de ir para o enfrentamento, tem medo de ser rotulado como polêmico, que divide opiniões”, disse o pastor.
O pastor ainda abordou o que se convencionou chamar de “mordaça gay”, e disse que os ativistas agem como patrulheiros, cerceando o direito à liberdade de expressão: “Por exemplo, eu te respeito porque você é polêmico, você divide opiniões porque você expressa o que você quer, e você está num país democrático, Felipe. Você pode falar da presidente, e ninguém fala nada de você, você pode falar de mim como deputado, de um artista, de qualquer um. Tente falar da comunidade gay. Só tenta, depois. Não sei se você já foi processado. Eu conheço um milhão de pessoas processadas, porque você não pode falar nada relacionado à homoafetividade que eles botam um tampão na sua boca”, afirmou.
Confira a íntegra do debate entre Marco Feliciano e Felipe Neto: