Uma iniciativa de ativistas ateus para remover uma escultura em forma de cruz no memorial às vítimas do 11 de setembro, em Nova York, foi repudiada pela Justiça norte-americana, que cobrou explicações sobre a postura dos incrédulos.
O grupo American Atheists entrou com uma ação em 2011 pedindo a retirada da cruz do local, por considerá-la “ofensiva” e “repugnante” e porque seria inadequado que uma “cruz, um símbolo cristão” fosse usado “para representar todas as vítimas” do atentado terrorista.
Com 17 metros de altura e feita a partir de duas vigas dos escombros do World Trade Center, a cruz é um dos pontos mais frequentados no memorial. Durante os trabalhos de busca por vítimas, a cruz tornou-se uma espécie de santuário ou lugar de conforto para os bombeiros. Posteriormente, a cruz foi colocada num local mais acessível aos moradores da cidade e turistas.
De acordo com informações da Fox News, a Corte Federal de Apelações solicitou que os advogados dos ativistas ateus expliquem por quais motivos o monumento é “repugnante” e “ofensivo”, uma vez que os autores da ação sustentam a tese de que a cruz teria causado danos aos que não compartilham da mesma fé.
Eric Baxter, conselheiro do Fundo Becket pela Liberdade Religiosa comemorou a decisão do tribunal e argumentou que a Justiça não poderia acatar um processo por simples desconforto de um grupo com um “um artefato histórico exibido em um museu”, e acrescentou que a postura da Corte resgata o princípio de que a Constituição do país foi redigida para proteger a religião, e não para tratá-la de forma desconfiada.
O juiz responsável pelo caso estabeleceu o dia 14 de julho como data limite para que os ativistas ateus expliquem o motivo de considerarem a cruz uma “lesão constitucional” aos familiares das vítimas do 11 de setembro.