Um atirador que foi a uma igreja no Tennessee e abriu fogo, resultando na morte de uma mãe de dois filhos, além de vários ferimentos a outras sete pessoas, foi condenado a 291 anos de prisão.
Em 2017, Emmanuel Samson assassinou Melanie Crow na entrada da Igreja Burnette Chapel Church of Christ em Antioch, Tennessee (EUA) antes de entrar na igreja e ferir várias outras.
A juíza Cheryl A. Blackburn sentenciou Samson a 291 anos de prisão na terça-feira, que será cumprida consecutivamente com sua sentença de prisão perpétua. A magistrada imputou 25 anos de pena para cada tentativa de assassinato, mais seis anos para uma acusação relacionada às armas de fogo e outros anos para acusações menores, que foram adicionadas ao processo.
De acordo com a afiliada da emissora CBS WVLT, Samson era ex-membro da Burnette Chapel e trabalhava como guarda de segurança. Seu crime contra Melanie Crow e os demais fiéis ocorreu em setembro de 2017.
Emmanuel Samson teria sido motivado pelo tiroteio em massa em 2015 na Igreja Episcopal Metodista Africana de Emanuel, em Charleston, Carolina do Sul, na qual o supremacista branco Dylan Roof entrou em um estudo bíblico e matou nove pessoas.
Quando ele iniciou o covarde ataque a tiros em 2017, o pastor gritou para que os fiéis fugissem, com muitos se escondendo atrás de bancos ou em outras salas por segurança. O pastor e sua esposa foram feridos no incidente.
O tiroteio foi interrompido por um membro da igreja chamado Robert Caleb Engle, que atacou Samson e, eventualmente, sacou uma arma para imobilizá-lo até a polícia chegar.
Em um comunicado divulgado à época, Robert disse que estava frequentando a igreja desde criança e “nunca, jamais pensou que algo assim fosse acontecer”.
“Peço a todos que orem pelas vítimas, membros da família das vítimas, nossa comunidade da igreja. Por favor, ore pela cura. Além disso, ore pelo atirador, pela família e pelos amigos do atirador. Eles estão sofrendo também”, declarou Robert Caleb Engle na ocasião.
“Oro para que, por tudo isso, as pessoas conheçam a Cristo e peço à nossa nação que reflita em Romanos 8:31: ‘Se Deus é por nós, quem será contra nós?’”, concluiu o membro, segundo informações do portal The Christian Post.
Perdão
A igreja de Charleston, Carolina do Sul, que foi vítima do ataque planejado e executado por Dylan Roof divulgou um comunicado ainda em 2015 perdoando o criminoso racista que matou fiéis durante um estudo bíblico.
Passada a comoção inicial dos familiares das vítimas e dos demais membros da igreja, um comunicado informando que perdoavam o assassino, embora esperassem que a Justiça fosse feita para que ele pagasse sua dívida com a sociedade, foi divulgado.
Essa iniciativa rendeu uma indicação da Igreja Metodista Episcopal Emmanuel ao Prêmio Nobel da Paz no ano seguinte, por iniciativa de um grupo de políticos do estado norte-americano de Illinois. “Se alguém foi responsável por promover a paz, foi a Igreja Emmanuel e sua liderança”, disse Frank Zuccarelli, um supervisor da Thronton Township. “Eles demonstraram mais amor, paz e perdão do que jamais visto antes. Eles são um grande exemplo a ser seguido por todos nós”, acrescentou.