A rede de fast food Chick-fil-A, fundada por um empresário cristão, se tornou alvo de um boicote da militância LGBT em 2012 por se opor ao movimento e enfatizar o valor dos princípios bíblicos para a empresa. E desde que o boicote LGBT começou, as vendas duplicaram.
Toda animosidade entre a militância LGBT e a empresa começou quando o CEO da Chick-fil-A, Dan Cathy, declarou que se opunha à união entre pessoas do mesmo sexo. Desde então, os vários espectros do progressismo passaram a boicotar a rede de fast food.
De acordo com o portal Christian Headlines, as vendas anuais da Chick-fil-A mais que dobraram no período. Em 2012 as vendas somaram US$ 4,6 bilhões, meio bilhão acima do arrecadado em 2011. Já em 2018, a rede vendeu US$ 10,4 bilhões, tornando a empresa a terceira maior do ramo nos Estados Unidos, perdendo apenas para McDonald’s e Starbucks.
O boicote pode ter afastado alguns clientes, embora aparentemente atraiu muitos mais. A rede também abriu quase 700 novos restaurantes desde o início do boicote, de acordo com o Journal & Courier, que relatou esses dados em uma matéria de 17 de setembro e examinou a eficácia do boicote.
“Os únicos que parecem ter algum tipo de rusga com o popular restaurante de frango é um grupo de extremistas estridentes da extrema esquerda, do tamanho de uma minivan”, afirmou Glenn T. Stanton, diretor de estudos globais de formação familiar da Focus on the Family.
“Eles concluíram que o Chick-fil-A é preconceituoso sem a menor evidência – apenas que seus fundadores acreditam em casamento natural. A posição deles está muito bem com o resto de nós”, acrescentou Stanton.
Um blog chamado Towleroad, voltado ao público LGBT, fez críticas aos laços da Chick-fil-A com organizações cristãs e conservadoras que se opunham à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A manchete, em 2011, dizia: “Se você está comendo Chick-fil-A, está comendo anti-gay”, relatou o Journal & Courier. O blog recebeu atenção moderada da mídia naquele ano, mas o assunto recebeu muito mais atenção em 2012, quando Dan Cathy foi questionado sobre o apoio da empresa à família tradicional e respondeu afirmativamente.
“Nós apoiamos muito a família – a definição bíblica da unidade familiar”, disse ele ao Biblical Recorder. “Somos uma empresa familiar, uma empresa voltada à família e somos casados com nossas primeiras esposas. Agradecemos a Deus por isso”, declarou Dan Cathy na ocasião.
Essas declarações repercutiram na imprensa de modo avassalador, e ativistas passaram a pedir boicote à empresa, assim como os prefeitos de Boston e Chicago prometeram impedir a abertura de novos restaurantes em suas cidades.
Em contrapartida, o político cristão e conservador Mike Huckabee (Partido Republicano), ex-governador do Arkansas, mobilizou 600 mil pessoas no dia 01 de agosto de 2012 no que chamou de “Dia de Apreciação Chick-fil-A”. O movimento resultou em quebra de recordes de vendas num único dia.
Desde 2012, suas vendas estabelecem um recorde a cada ano seguinte, passando de US$ 4,6 milhões em 2012 para 5 bi no ano seguinte; depois 5,7 bi; 6,7 bi; 7,9 bi; e 9 bilhões em 2017, atingindo US$ 10,4 bilhões em vendas em 2018.
Admiração
O Chick-fil-A foi apontado como restaurante de fast food favorito da América em uma pesquisa com clientes este ano, mas mesmo assim, continua enfrentando oposição. A empresa foi impedida de abrir restaurantes nos aeroportos das cidades de San Antonio e Buffalo. Um segmento do corpo docente e dos alunos da Purdue University e da Universidade do Kansas também se opõem à empresa.
Como forma de minimizar o fracasso do boicote, o professor de administração da Northwestern University, Brayden King, disse que o sucesso de um boicote não pode ser julgado apenas pela economia.
“Acho que os ativistas diriam que o boicote contra o Chick-fil-A é bem-sucedido, mesmo que não levem as pessoas que costumam ir ao Chick-fil-A para parar de comprar sanduíches de Chick-fil-A”, disse ele ao podcast Freakonomics. “A razão pela qual eles diriam que foi bem-sucedida é porque eles fizeram a mídia prestar atenção”, argumentou.
De outro lado, Glenn T. Stanton disse que acredita que a Chick-fil-A continuará sendo bem vista pelo público: “Eles não apenas dobraram suas vendas nos últimos anos, mas também ganharam o prêmio pelo estabelecimento de fast food com a maior classificação de atendimento ao cliente nos últimos quatro anos”, disse ele. “As empresas fanáticas não tendem a avaliar bem a satisfação do cliente. O Chick-fil-A ganhou este lugar de honra porque é um prazer servir a todos que passam por suas portas e fazê-lo com toda a gentileza”.