A possibilidade de Damares Alves, disputar uma vaga no Senado nas próximas eleições estaria sendo estudada pelo presidente Jair Bolsonaro. A revista Veja publicou nota dizendo que a ministra não gostaria de disputar votos, mas interlocutores rebatem a afirmação.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos seria a arma de Bolsonaro para conquistar a vaga do DF no Senado que estará em disputa nas próximas eleições. O mandato ocupado pelo senador José Antônio Reguffe (Podemos) será renovado, e o presidente vê em Damares Alves alguém capaz de derrota-lo.
Veja publicou nota dizendo que Damares Alves teria “desistido” de disputar o governo do Distrito Federal ou uma vaga no Senado, informação que foi contestada pelo portal Jornal Opção, que ouviu um pastor de Brasília que tem trânsito no governo federal e aceitou avaliar o cenário sob anonimato.
“Ocorre o seguinte. Mesmo sem ser uma profissional da política, poucos integrantes do governo Bolsonaro são tão políticos quanto Damares. Ela conversa com todo mundo e é muito bem avaliada pelos brasileiros. Em Brasília, sua aceitação é alta. É tida como uma ministra que age e que é preocupada, genuinamente, com gente. É conservadora, mas está acima das bandeiras fundamentalistas do bolsonarismo”, introduziu a fonte.
“O que posso dizer é que a ministra, por si, não tem interesse por disputas partidárias. Portanto, a nota da revista está correta, ao menos em parte. Mas o que se sabe, em conversas com seus principais auxiliares e aliados, é que Damares Alves sempre diz a mesma coisa: o presidente Bolsonaro é quem decidirá sobre seu futuro na política. Se Bolsonaro disser que ela vai disputar o governo do Distrito Federal, ou mandato de senadora, não hesitará”, acrescentou o pastor.
Um auxiliar do presidente teria relatado parte da estratégia do governo para o DF em 2022: “O MDB se tornou uma espécie de adversário de Bolsonaro e, por isso, o presidente vai lançar candidato a governador em Brasília. Ou melhor, deve bancar a deputada federal Flávia Arruda, do PL, para governadora, e as conversas com Valdemar Costa Neto, presidente do partido, estão adiantadas. Damares pode ser deslocada para a disputa do Senado, porque o bolsonarismo planeja impedir a reeleição do senador José Antônio Reguffe, do Podemos”, disse essa segunda fonte.
A postura política do Podemos – partido que expulsou o deputado federal Marco Feliciano por sua fidelidade política ao governo – é considerada adversária por Bolsonaro, acrescentou o auxiliar: “O presidente não tem apreço pelo Podemos porque seu principal líder, o senador Álvaro Dias [PR], está articulando a candidatura de Sergio Moro ou de Eduardo Leite [governador do Rio Grande do Sul, do PSDB] para presidente da República. Bolsonaro não gosta nem de Moro, que considera ‘inimigo’, nem de Eduardo Leite”.
Damares Alves, pastora, trabalhou por muitos anos como assessora jurídica no Congresso Nacional e conhece os bastidores da política de Brasília como poucas pessoas dentro do governo Bolsonaro.