A decisão do governador João Doria (PSDB) em decretar cultos como atividade essencial na pandemia, garantindo o funcionamento das igrejas, está sendo bombardeada pelos defensores do lockdown. O Ministério Público pediu que o governo recuasse da decisão, e agora o teólogo Caio Fábio também criticou a medida.
Doria, no começo da pandemia, demonstrava ser contra a realização de cultos presenciais. Agora, um ano depois, ao avaliar o cenário político para as eleições presidenciais de 2022, decidiu fazer um aceno aos evangélicos, parcela da população que foi decisiva no resultado do pleito de 2018, e decretou que as igrejas são parte dos serviços essenciais.
A reação do Ministério Público paulista foi imediata: convocou reunião e pediu que o governo determine o fechamento das igrejas para cultos presenciais, e foi além: também solicitou que os campeonatos de futebol sejam interrompidos no estado, mesmo com os índices de contaminação entre jogadores e demais funcionários dos clubes seja ínfimo.
Nesse contexto, Caio Fábio teceu críticas a Doria e afirmou que considera irresponsável a decisão de permitir cultos: “Tem muita gente começando a ficar mais quieta. Querer congregar nessa hora é fazer sociedade com a morte, beijar a Covid, namorar com aquilo que é fúnebre”, declarou o ex-pastor presbiteriano em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.
Fábio também pontuou que muitos evangélicos começam a ver o cenário de forma diferente, depois de perderem alguém próximo: “Tem uma mensagem explícita nisso tudo sobre o poder devastador dessa enfermidade”, avaliou.