O polêmico bispo nigeriano T.B. Joshua teve seu canal no YouTube fechado pela plataforma de streaming por causa de vídeos em que supostamente alegava conhecer caminhos para “curar a homossexualidade”.
Joshua é famoso no meio neopentecostal por conta de suas iniciativas heterodoxas, como a promessa de curar um surto de ebola em Serra Leoa enviando “água ungida” em 4 mil garrafas.
A nova polêmica envolvendo o líder neopentecostal envolve a exclusão de seu canal. Ele pediu aos fiéis que o ajudassem a “orar pelo YouTube” após a decisão da empresa em proibi-lo de usar o espaço.
“Ajudem-me a orar pelo YouTube”, disse T. B. Joshua no seu sermão seguinte ao fechamento do canal. O culto foi transmitido usando a plataforma do Facebook. “Orem por eles, temos que considerá-los amigos, devemos ser fortes”.
De acordo com a BBC, o YouTube deletou o canal Emmanuel TV do pastor da Igreja Sinagoga de Todas as Nações (SCOAN, na sigla em inglês), que contava com mais de 1,8 milhão de inscritos e 600 milhões de visualizações, após uma denúncia da associação britânica OpenDemocracy, criticando as pregações supostamente preconceituosas contra homossexuais.
Os militantes LGBT alegam que, em um dos vídeos, uma mulher é agredida com violência para que “o demônio da homossexualidade” saia dela. Depois de o canal ter sido deletado no YouTube, o Facebook também retirou vários vídeos de sua página, com 5,6 milhões de seguidores, porque infringiam o regulamento da empresa americana sobre “ataques a pessoas com base em suas orientações sexuais ou seu gênero”.
Esta decisão provocou uma grande polêmica na Nigéria, onde a comunidade evangélica é muito populosa – apesar dos ataques constantes feitos por extremistas muçulmanos – e as igrejas como a que Joshua lidera possuem dezenas de milhões de fiéis.
Temitope Balogun Joshua, que tem entre seus fiéis presidentes e políticos conhecidos, é famoso em toda a África pelos mesmos motivos que líderes como Valdemiro Santiago e R.R. Soares, entre outros, alcançaram a fama no Brasil: afirma operar “milagres” e “ressurreições”. Todo esse cenário o faz ser apontado pela Forbes como dono de uma fortuna multimilionária.