Mais um caso de intolerância religiosa contra cristãos foi registrado no Paquistão essa semana, quando um casal cristão foi espancado até a morte por muçulmanos.
O casal Shama e Shehzad foi acusado de blasfêmia contra o alcorão, livro sagrado do islamismo, e uma multidão se juntou para linchá-los. De acordo com informações da agência France Press, um policial disse ter tentado salvar o casal, mas o número de fundamentalistas muçulmanos era muito maior do que o de policiais.
Os corpos de Shama e Shezad foram jogados pelos muçulmanos em um forno e queimados. O episódio aconteceu na cidade de Kot Radha Kishan, na província de Punjab, região noroeste do Paquistão, onde o casal trabalhava.
Não foram esclarecidas as circunstâncias em que o casal cristão teria ofendido o livro sagrado do islamismo. “Blasmêfia é um assunto extremamente delicado no país, e críticos apontam que as leis são frequentemente usadas para fazer acertos de contas e perseguir minorias”, diz a rede britânica de televisão BBC.
As autoridades paquistanesas agora afirmam que irão investigar o linchamento do casal, mas não disseram especificamente quais medidas serão tomadas.
Blasfêmia
A legislação do Paquistão prevê pena de morte a quem cometer blasfêmia contra o alcorão, e vários casos chocantes já foram registrados.
Desde a década de 1990, vários cristãos foram sentenciados à morte pelo crime, porém, muitos deles conseguiram reverter as condenações em instâncias superiores da Justiça do país por não haverem provas de blasfêmia.
Em outubro, um palestrante de uma universidade foi acusado de blasfêmia e seu advogado foi morto a tiros enquanto fazia sua defesa no tribunal. Em 2010, uma cristã foi condenada à morte pelo mesmo crime, e a notícia causou comoção internacional.
“Correspondentes dizem que a mera acusação de blasfêmia é suficiente para tornar uma pessoa alvo de religiosos mais fundamentalistas”, explica a BBC.