A agenda progressista adotada pelos gigantes da tecnologia e comunicação vem apertando o cerco contra os cristãos, numa censura silenciosa e agressiva registrada em todo o planeta. Essa mordaça se impõe através do uso de diretrizes em termos abrangentes e permitem a empresas como Google e Facebook uma marcha para silenciar qualquer voz que se oponha a seus princípios.
Na última segunda-feira, 02 de abril, o Google decidiu banir da plataforma de vídeos YouTube o canal TruNews, fundado pelo pastor Rick Wiles e voltado ao público norte-americano, sob o argumento de violação das diretrizes da plataforma. O canal, que continua operando no site próprio, Twitter e Facebook, costuma combater as fake news da imprensa dos EUA.
Agora, um veículo brasileiro dedicado ao público cristão se tornou alvo de uma ação idêntica da parte do Facebook. O portal Gospel Geral, sediado no estado do Tocantins e voltado ao público evangélico na região, teve sua página na rede social, com aproximadamente 460 mil seguidores, deletada de forma sumária.
Em um editorial publicado na última quarta-feira, 04 de abril, um dos editores do portal afirmou que o Facebook é “movido pela sua postura autoritária e polêmica invasão contra direito dos usuários de sua plataforma”.
A rede social fundada por Mark Zuckerberg vem ficando conhecida pela perseguição religiosa a cristãos. De acordo com a entidade National Religious Broadcasters (NRB), que reúne vários meios de comunicação religiosos, Google, Facebook, Twitter e Apple se tornaram promotores do discurso “politicamente correto”, e em nome disso, têm silenciado cristãos e sua visão conservadora da sociedade.
“É inaceitável que esses titãs da tecnologia discriminem os usuários apenas porque seus pontos de vista não coadunam com as ideias populares no Vale do Silício”, disse Jerry A. Johnson, presidente e CEO da NRB, em dezembro de 2017.
Essa não é a primeira vez que estas mesmas empresas são acusadas de manipular a opinião na internet. Em 2011, a NRB e o American Center for Law and Justice (ACLJ) produziram um estudo que mostrou que essas empresas estavam banindo conteúdo cristão de forma despudorada, e admitiam isso em suas políticas de liberdade de expressão, que foram consideradas mais restritivas que a Constituição dos Estados Unidos.
“Para os administradores do site Gospel Geral a nova retaliação do Facebook se deu por conta de matérias relacionadas a críticas ao movimento progressista no país, mas principalmente por matérias postadas na página que faziam destaque do pré-candidato a presidência, Jair Bolsonaro (PSL). O site é um dos poucos no estado do Tocantins que faz uma cobertura mais completa da pauta da direita política e é constantemente atacado nos comentários por militantes dos demais partidos de esquerda”, diz um trecho do editorial do portal.
“O Facebook é uma das plataformas sociais que mais se mostram contrárias ao cristianismo. Basta notar que as páginas ligadas a essa vertente religiosa são as que mais sofrem retaliação por parte da rede social. Qualquer postagem que contrarie a ditadura progressista é logo denunciada por somente um ativista e a rede já exclui automaticamente sem dar maiores explicações, ao passo que postagens que celebram a liberação de drogas, o sexo liberal, as relações homossexuais e outras pautas progressistas tem livre espaço e são até mesmo impulsionadas pela plataforma”, acrescentaram os administradores do Gospel Geral.
Mordaça
Ralph Reed, presidente e CEO da Century Strategies, comentou o escândalo da censura das gigantes da tecnologia e informação, dizendo que “é fundamental que os cristãos e pessoas de outras religiões possam compartilhar sua fé de forma irrestrita, sem medo de perseguição, assédio, bloqueio ou discriminação”, e que por isso é preciso denunciar essas práticas abusivas e manipuladoras.
Outro caso de manipulação que resulta em discriminação ideológica é o YouTube, que mudou as relações com anunciantes, permitindo que eles escolham onde suas propagandas são veiculadas. No papel, essa iniciativa é apontada como uma personalização para que o anúncio chegue ao público-alvo das empresas, mas na prática, terminou por limitar os ganhos de canais de conteúdo cristão e/ou conservador.
Craig Strazzeri, diretor de marketing de uma entidade educacional sem fins lucrativos chamada PragerU, de viés conservador, afirmou que costumava atingir milhões de pessoas todos os dias na internet com seus vídeos. Agora, com a mudança nas políticas do YouTube, a audiência do canal caiu de forma drástica.
Strazzeri afirma que os vídeos do canal foram colocados em modo restrito, sob alegação de que continham conteúdo violento, sexual ou pornográfico, ou com discurso de ódio. No entanto, os títulos dos materiais falavam sobre temas como liberdade religiosa, liberdade de expressão, defesa de Israel e alertas para os perigos do extremismo muçulmano.
“Esse tipo de censura é o que vemos nas universidades durante anos, mas é muito mais perigoso agora, porque na internet é onde todo mundo vai buscar informações”, lamentou Strazzeri.