A perseguição religiosa aos cristãos na China vai muito além da restrição das liberdades individuais, como a proibição da venda de Bíblias e do evangelismo em praça pública. Ela também envolve os vínculos sociais entre amigos, familiares e irmãos de fé.
Segundo informações da organização China Aid, que auxilia os cristãos perseguidos na China e em outros países, cerca de 150 seguidores de Jesus, todos membros da Early Rain Covenant Church (ERCC), foram presos e submetidos à condições degradantes física e psicologicamente.
Entre os detidos injustamente, supostamente por praticarem uma religião de forma “clandestina”, leia-se: sem o controle do Partido Comunista Chinês (PCC), estava o pastor Wang Yi, líder da congregação.
Uma testemunha, residente em Chengdu, contou que os demais irmãos em Cristo presos pelos agentes comunistas da China foram forçados a falar mal do pastor Wang.
A testemunha também relatou que os cristãos tomaram uma espécie de remédio desconhecido, aparentemente, para ludibriar a capacidade de raciocínio, talvez para produzir acusações falsas contra o pastor Wang.
O advogado do pastor informou que seu cliente está sendo acusado de dois crimes, que seriam subversão do regime governamental e o comércio ilegal.
Entretanto, organizações como a China Aid, Internacional Christian Concern (ICC) e a Bitter Winter têm denunciado com frequência que essas acusações geralmente são forjadas para perseguir os cristãos.
“Os cristãos fora das igrejas sancionadas pelo Estado não podem mais cultuar sem medo de assédio, detenção ou até mesmo prisão”, declarou Gina Goh, gerente regional do ICC, ao comentar o fechamento de uma das maiores igrejas cristãs da China, com 1000 membros.
A investida cada vez maior do governo chinês contra as igrejas cristãs se deve ao aumento das conversões ao cristianismo, algo visto como uma ameaça ao controle do regime comunista no país.
“Há uma pressão crescente para exaltar o Partido Comunista sobre Deus. A comunidade internacional deve continuar a pressionar a China por seus abusos contra os direitos humanos até que esteja disposta a fazer mudanças positivas”, conclui Gina.