Algumas das igrejas de comunidades negras dos Estados Unidos que foram incendiadas após o massacre protagonizado pelo racista Dylann Roof na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, em Charleston, Carolina do Sul, estão sendo reconstruídas com ajuda das comunidades judaica e muçulmana.
Diversas instituições religiosas, ONGs e outras igrejas têm se voluntariado a auxiliar as congregações que tiveram seus templos incendiados. Na maior parte dos casos, a Polícia e os próprios fiéis interpretam os incêndios como criminosos, motivados por ódio racial.
As entidades que manifestaram solidariedade têm arrecadado doações para ajudar na reconstrução, segundo informações do Guardian. O surpreendente é que parte dos esforços vêm sendo conduzidos por líderes judeus e muçulmanos, que explicam seu envolvimento destacando que compreendem a reverência aos locais de culto e também a gravidade dos ataques contra esses espaços.
Susan Talve, uma rabina que dirige a Congregação da Reforma Central, em St Louis, Missouri, afirmou que uma coalizão de mais de 150 instituições religiosas arrecadou aproximadamente US$ 150 mil dólares para ajudar nas reconstruções.
Talve afirmou que a meta é reunir US$ 250 mil, e assim, ajudar a reconstruir os templos das igrejas das comunidades negras.
Em entrevista, ela revelou que já havia mantido contato com algumas lideranças de igrejas negras após a morte do adolescente negro Michael Brown, morto por um policial branco em Ferguson. Agora, quando os incidentes começaram, ela pôde entrar em contato rapidamente com os pastores das denominações atingidas e oferecer ajuda.
“Acreditamos que a igreja é o coração e a alma de uma comunidade”, disse Talve. “Então nós queríamos ajudá-los. Se você as queimar com ódio, nós vamos construí-las de volta com amor. Se você as queimar, nós vamos construí-las de volta, melhores e mais fortes”, acrescentou.
A estudante Faatimah Knight, 23 anos, negra e muçulmana, está liderando um grupo de ONGs islâmicas para arrecadar donativos. Em pouco mais de uma semana, ela conseguiu reunir US$ 58 mil, doados por mais de 1.300 pessoas diferentes. Sua meta é atingir US$ 75 mil, mas com a velocidade das doações, ela considera aumentar a cota para US$ 100 mil.