A escrivã cristã Kim Davis, que havia sido presa por se recusar a emitir licenças de casamento para homossexuais em seu cartório, foi liberada da prisão na última terça-feira, 08 de setembro.
Kim comemorou a decisão da Justiça agradecendo o apoio que recebeu de grande parte da população dos Estados Unidos e de líderes cristãos do país: “Eu só quero dar glória a Deus. Seu povo se uniu e vocês são um povo forte. Nós servimos a um Deus vivo que sabe onde todos nós estamos. Basta manter-se em oração, não desistir, porque Ele está aqui. Ele é digno. Eu amo vocês. Muito obrigado”, afirmou a escrivã, em uma coletiva de imprensa.
Ela deixou a prisão ao lado do candidato à presidência dos Estados Unidos Mike Huckabee, do Partido Republicano, e um de seus advogados, Mat Staver.
A decisão do juiz distrital David Bunning em libertar Kim foi tomada após receber a informação de que a emissão de licenças para o casamento entre pessoas do mesmo sexo já não estava sendo atrapalhada.
O jornal Daily Beast informou que o cartório alterou seu organograma interno e removeu o nome de Kim das funções ligadas à emissão de licenças de casamento, dando liberdade para que ela não precise se recusar a fazer o serviço.
Bunning, que havia ordenado a prisão da escrivã, emitiu nova sentença dizendo que “a sanção anterior deste Tribunal de Justiça contra Davis está suspensa”, de acordo com informações do Christian Post.
“Em 03 de setembro de 2015, o Tribunal de Justiça condenou Kim Davis por desacato e a prendeu por sua recusa em emitir licenças de casamento, diretamente, ou através de seus vice-funcionários, contrariando a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos [no caso] Obergefell v. Hodges […] Depois de manter Davis sob custódia dos Estados Unidos, cinco de seus seis vice-secretários declararam sob juramento que iriam cumprir a ordem do Tribunal e emitir licenças de casamento para todos os casais legalmente elegíveis”, pontuou o juiz Bunning.
Uma das condições impostas pelo juiz é que Kim “não interfira de forma alguma, direta ou indiretamente, nos esforços de seus vice-funcionários para emitir licenças de casamento para todos os casais legalmente elegíveis”, pois caso contrário, ela poderá ser presa novamente.
A prisão da escrivã havia causado uma comoção nacional por parte de pessoas contrárias à imposição de que ela deveria autorizar casamentos de homossexuais mesmo contra sua fé. O advogado Horatio Mihet, que trabalhou na defesa de Kim, contou que ela se emocionou ao saber das manifestações de apoio: “Ela foi às lágrimas quando soube que tantas pessoas estão do lado de fora da prisão e em todo o país, orando por ela”.