Ser um cristão no Paquistão significa viver sob o risco constante de sofrer perseguição religiosa, que por si mesma é injusta. Porém, em certos casos essa injustiça ainda vem acompanhada de falsas acusações. Por causa disso, um homem de 34 anos foi condenado à morte por enforcamento no país.
Ashfaq Masih é um comerciante cristão paquistanês do ramo de bicicletas, que se envolveu em um conflito com um concorrente. Tudo começou quando um cliente se recusou a lhe pagar por um serviço, alegando motivação religiosa.
“[O homem] se recusou a me dar dinheiro e disse: ‘Sou seguidor de Peer Fakhir [um asceta muçulmano] e não peça dinheiro de mim’. Eu disse a ele que sou crente em Jesus Cristo e não acredito em Peer Fakhir e, por favor, me dê [o dinheiro por ] meu trabalho”, explicou Masih em sua defesa.
O cliente, então, foi se queixar de Masih para o seu concorrente, um homem chamado Muhammad Naveed. Em sua defesa, o cristão explicou que o muçulmano já cultivava insatisfação a seu respeito.
“Naveed abriu uma loja na minha frente e ficou com ciúmes porque meu negócio estava indo bem e tinha uma boa reputação na área. Já havíamos brigado alguns dias antes do incidente. E ele me ameaçou com consequências terríveis”, declarou Masih.
Com isso, Naveed acusou o cristão de “blasfêmia” contra Maomé, considerado pelos islâmicos um profeta. Ele foi numa delegacia e registrou um boletim de ocorrência contra o concorrente seguidor de Jesus Cristo, mesmo ciente de que esse tipo de acusação, no Paquistão, pode resultar em pena de morte.
Foi exatamente o que aconteceu. O Tribunal de Sessão do Paquistão, segundo o Centro de Assistência Jurídica, Assistência e Liquidação (CLAAS, na sigla em inglês), sentenciou Masih à pena de morte por enforcamento, e tudo de forma muito rápida, praticamente sem chances de defesa.
“O julgamento repentino me surpreendeu e eu não sabia o que fazer”, disse o irmão mais velho do cristão. “Eu mal me recompus e saí do tribunal e comecei a chorar, pois era o fim do mundo para mim. Corri para casa e informei minha família. Minha esposa e filhos também começaram a chorar.”
No momento, Masih está detido numa prisão em Lahore. Segundo a Portas Abertas, a República Islâmica do Paquistão é o 8° país do planeta onde a perseguição religiosa é mais acirrada. Com informações do Christian Post.