A consequência de uma invasão provocada pelo Estado Islâmico em qualquer cidade alvo dos seus ataques não é apenas imediata. O rastro de destruição gera prejuízos e transtornos absurdos durante anos, não apenas materiais, mas principalmente humano, espiritual e emocional. É o que está acontecendo com moradores da cidade de Marawi, que fica no sul das Filipinas, que agora sofrem em abrigos temporários.
Em 23 de maio de 2017, integrantes do grupo Maute, que é ligado ao Estado Islâmico, invadiu a cidade composta por maioria cristã. Eles tomaram vários estabelecimentos, fizeram reféns, deixaram um rastro de morte, especialmente dos cristãos que se recusaram à aceitar o islamismo.
“Havia oito cristãos que foram convidados a recitar o Al-Fatiha e Shahada (orações islâmicas). Quando se recusaram a recitá-los, ali mesmo, foram fuzilados, com cartazes colocados em seus corpos afirmando que eram traidores”, declarou Ayesha, um morador local, segundo informações do World Watch Monitor.
Um pastor chamado apenas por Leo, certamente por razões de segurança, contou que a sua filha ficou presa em um hospital, porque ele foi tomado pelo Estado Islâmico: “Eu estava no caminho indo buscá-la e antes de chegar ao hospital, ela ligou dizendo que o Estado Islâmico e o Maute atacaram e tomaram o controle do hospital”, disse ele.
“Ela também disse que já havia muitos mortos, incluindo guardas de segurança e policiais. Havia outros reféns cristãos enquanto os outros lutavam por suas vidas”, acrescenta o pastor.
O Exército das Filipinas conseguiu recuperar a cidade de Marawi em outubro do ano passado. No entanto, desde então cerca de 50 mil desabrigados estão sofrendo por terem perdido suas casas, a maioria destruída durante os combates em maio daquele ano, segundo a Portas Abertas.
Com o auxílio do governo, cerca de 3 mil casas estão aguardando reconstrução, mas o custo estimado em 1 bilhão de dólares é muito alto e o prazo para sua obtenção, bem como para a finalização das obras ainda é incerto. Enquanto isso, grande parte dos refugiados, de maioria cristã, depende da ajuda e o apoio de entidades internacionais, assim como da oração dos seus irmãos.