Em diversos países onde o islamismo é a religião oficial, os cristãos não possuem a permissão de portar uma Bíblia publicamente. Na Arábia Saudita, a nação onde ficam as duas mesquitas mais sagradas para os muçulmanos: Masjid al-Haram, em Meca, destino da peregrinação anual Hajj, e Masjid an-Nabawi, em Medina, tal infração pode levar à morte.
Recentemente, a Arábia Saudita flexibilizou mais a entrada de turistas no país, incluindo os cristãos, segundo informações da organização internacional Barnabas Fund. No total, 49 países entraram em uma lista de vistos onde os seus residentes podem visitar o berço do islamismo com menos rigor.
Turistas mulheres, por exemplo, não precisarão mais utilizar a Hijab, vestimenta islâmica que cobre todo o corpo. Por outro lado, elas devem se portar e se vestir de forma considerada “modesta”.
Os cristãos não podem exibir suas Bíblias em público, nem levar mais de um exemplar para o país, pois isso caracterizaria uma tentativa de evangelização dos nativos, algo não permitido. O contrário disso, segundo informações da missão Heart Cry (“clamor do coração”, em tradução livre), poderá custar a prisão e também a morte.
Os milhares de cristãos que residem na Arábia Saudita realizam os cultos a Deus secretamente em suas próprias casas. A maioria vem de outros países, deslocada ao berço islâmico a trabalho.
Para o teólogo Joel Richardson, autor de vários livros sobre o islamismo, os muçulmanos proíbem a circulação e acesso à Bíblia Sagrada porque temem a verdade acerca de Jesus Cristo, muito embora tal receio não seja algo consciente e admitido abertamente.
“Se os muçulmanos verdadeiramente tivessem confiança que sua religião é verdadeira, não teriam medo de pessoas que leem a Bíblia”, disse ele.
A Arábia Saudita está entre os países que mais perseguem cristãos no mundo, segundo a lista anual da organização Portas Abertas. Apesar disso, o cristianismo tem crescido no país e a expectativa é que muitos reverenciadores de Meca continuem chegando ao conhecimento da Graça de Deus.